3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Depois de ‘fritado’ por Bolsonaro, Levy pede demissão do BNDES

Joaquim Levi também já havia entrado em rota de colisão com Paulo Guedes

Joaquim Levi foi acusado de insuficiência de desempenho pelo governo e de ter nomeado petista

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, pediu demissão do cargo na manhã deste domingo, 16, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar, no sábado, que a cabeça do economista estava “a prêmio”. O motivo seria a nomeação do do executivo Marcos Barbosa Pinto, que já trabalhou em gestões petistas, desagradou o Palácio do Planalto.

“Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, meu desligamento do BNDES. Minha expectativa é que ele aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao País e desejo sucesso nas reformas”, informa nota divulgada pela assessoria do BNDES.
No texto, Levy continua: “Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria. E, especialmente, agradeço aos inúmeros funcionários do BNDES, que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência e responsabilidade”.
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Colisão com Paulo Guedes

Além de Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes também estava insatisfeiro com Levy, segundo apurou o Blog do Vicente. O ministro sente que faltava fidelidade da parte de Levy. Depois de ter defendido com unhas e dentes a nomeação, Guedes esperava mais empenho na devolução de recursos do BNDES ao Tesouro Nacional. Desde 2015, o banco de fomento devolve, com juros, R$ 416 bilhões tomados junto à União, entre 2008 e 2014. Em maio, R$ 30 bilhões foram transferidos, mas a equipe econômica pressiona por mais.