Há três meses, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi preso sob suspeita de omissão durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Desde então, ele tem perdido peso e apresenta quadro de apatia e tristeza. Pelo menos 12 kg desde então.
Atualmente, Torres está detido no Batalhão de Aviação Operacional, em Brasília, onde começou a trabalhar em serviços gerais após receber autorização da Justiça.
Ele também iniciou um curso à distância de eletricista para ocupar o tempo, mas acabou abandonando as aulas recentemente devido ao peso da prisão.
Pessoas próximas a ele afirmam que não está se sentindo bem na prisão e que está constantemente chorando e em estado de tristeza profunda. O estado de saúde de Torres foi levado ao Supremo Tribunal Federal pela defesa.
“Ao passo que não vê as filhas desde a sua prisão preventiva, Anderson Torres entrou em um estado de tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e já perdeu 12 quilos”. Trecho da manifestação da defesa.
O ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro ter dispensado a defesa oferecida pelos Bolsonaro, mais as condições emocionais, geram rumores de que ele estaria prestes a ceder a uma delação premiada. A atual defesa, no entanto, nega qualquer possibilidade de um acordo de colaboração com a Justiça.
PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta semana a libertação de Anderson Torres da prisão, mas estipulou medidas cautelares, como o uso de tornozeleira e a proibição de deixar o Distrito Federal.
O ex-ministro permanecerá afastado do cargo de delegado da Polícia Federal. O advogado Eumar Novacki, ex-chefe da Casa Civil de Ibaneis Rocha, assumiu a defesa de Torres após a saída do criminalista Rodrigo Roca.
Em março, o ministro Alexandre de Moraes negou a soltura do ex-ministro, pois havia diligências pendentes a serem cumpridas pela Polícia Federal, incluindo a perícia da minuta de teor golpista encontrada na casa de Torres.
No entanto, novos fatores surgiram desde então, como a viagem de Torres para a Bahia antes do segundo turno e as blitze da Polícia Rodoviária Federal durante as eleições.