2 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Deputados presos e membros do TCE do Rio afastados mantêm os salários

Gastos com parlamentares ausentes chega a R$ 1,7 mi; pagamentos a conselheiros é de R$ 2,2 mi

Focos de duas das principais fases da Lava Jato do Rio, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Estado permanecem pagando salários para deputados que estão presos e a conselheiros mantidos afastados em consequência da operação. Indicados deles também continuam ocupando cargos nas instituições.

O então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani; Tânia Rêgo/Agência Brasil

Detidos desde novembro, os deputados do MDB Jorge Picciani (presidente da Assembleia), Edson Albertassi (ex-líder governista) e Paulo Melo recebem salário de R$ 25,3 mil, segundo o Portal da Transparência da Casa. Cada deputado da Assembleia tem ainda direito a 20 assessores, com vencimentos que, somados, podem chegar a R$ 160 mil a cada mês, além de benefícios, como carro oficial.

Isso representa gasto de R$ 1,7 milhão dos cofres públicos com os gabinetes e os salários dos três deputados nos três meses de prisão. Os três tiveram bloqueados R$ 270 milhões, por ordem judicial, montante referente ao total supostamente recebido indevidamente das empresas de ônibus.

No painel de votações, os três presos são considerados ausentes, mas, segundo a Casa, não estão sendo computadas faltas porque eles estão afastados do mandato. Um processo no Conselho de Ética que pode resultar nas cassações foi aberto no fim de 2017, mas teve pouco andamento.

Os três foram detidos na Operação Cadeia Velha sob suspeita de elaborar leis a favor de empresas de transporte em troca de pagamentos. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal em dezembro.