O presidente Michel Temer (MDB) entrou para a história do País como o chefe de Governo mais impopular desde a época de José Sarney (1985 – 1990). Essa constatação se deu e continua a crescer com o tempo. Ficou ainda mais evidente com a histórica e recente greve dos caminhoneiros, que causou sérios prejuízos econômicos e transtornos para diversos segmentos do Brasil.
O enfraquecimento político do governo já chega de forma mais acentuada ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, já existe uma pressão maior para que ele deixe o cargo antes de acabar o seu mandato. E quanto mais a crise se agravar pior para Temer.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a crise envolvendo os caminhoneiros atingiu um dos últimos resquícios de credibilidade da administração.
Aliados ou ex-aliados?
Até nas negociações a falta de argumento político atingiu o governo Temer. Teve que ceder em vários pontos aos caminhoneiros. Ficou sem saída, sem potencial de diálogo: ou era isso, ou o buraco ficava mais fundo.
De acordo com o senador e líder da bancada aliada DEM, Ronaldo Caiado, o povo deu uma reposta porque não aguenta mais. “Não é o caminhoneiro, é o brasileiro que não admite Temer na presidência”.
E o número de aliados que criticam Temer só faz aumentar no Congresso Nacional. “Esta última greve detonou a popularidade de Temer. Existe revolta da população. Antes disso, existia um certa credibilidade na equipe econômica”, destacou Rogério Fosso, deputado aliado do PSD.
Um dos principais seguidores do presidente, inclusive do mesmo partido, Beto Mansur (MDB) admitiu problemas com no setor de inteligência do governo. “Não deu para ter ciência do tamanho da crise. Mas é necessário buscar soluções”, disse.
Descredito no STF
“O governo subestimou a força dos caminhoneiros”. Segundo o jornal Folha, essa é opinião da maioria dos magistrados.
O “cambaleante governo Temer”, termo utilizado por alguns representantes do STF, já está ameaçado pela força do povo, concentrada em vários segmentos, seja de trabalhadores ou empresários.
Ainda de acordo integrantes da corte, o emedebista e outros do seu entorno estão longe de representar algum símbolo de diálogo com diferentes categorias de trabalhadores.
Eis os principais problemas enfrentados por Temer em seu governo:
1) Enfrentar uma greve de caminhoneiros e empresários sem precedentes;
2) Níveis recordes de impopularidade;
3) Não fez a economia deslanchar como esperado, além de tem que lidar com alta do dólar;
4) Perdeu força no Congresso e, consequentemente, a capacidade de aprovar reformas no Congresso;
5) É investigado pela PF em razão de decreto no setor portuário.