8 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

E quem paga os R$ 10 bi de concessões do fim da greve?

A origem dos recursos só deve ser detalhada nesta segunda pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia

A série de concessões que o governo se dispôs a fazer aos caminhoneiros neste domingo (27) em uma nova tentativa de que eles encerrem a greve vai custar R$ 10 bilhões aos contribuintes.

“Estamos investindo R$ 10 bilhões no atendimento dessas reivindicações porque entendemos que isso se transformou no desejo da sociedade brasileira”, desconversa o ministro da Casa Civil, Carlos Marun.

O valor anunciado por ele é próximo àquele do impacto de uma eventual isenção de PIS/Cofins e que, na semana passada, o governo dizia não haver espaço orçamentário para conceder.

Marun disse que as situações tão diferentes porque a isenção de PIS/Cofins do diesel aprovada por Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi uma decisão “baseada em um cálculo incorreto”, como o próprio presidente da Câmara admitiu posteriormente.

“Em tendo sido apontada corretamente fontes para que fosse compensada essa redução no valor de impostos, ela poderia ter sido admitida”, disse Marun, apostando que os caminhoneiros retornarão ao trabalho até o fim desta segunda-feira (28).

A origem dos recursos só deve ser detalhada nesta segunda pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. A nova PL da oneração já dá uma boa ideia disto.

Maia apaga Tweet

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), utilizou sua conta oficial no Twitter para defender a redução ou isenção das alíquotas de dois dos impostos federais que incidem sobre os combustíveis, o PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

“Acredito, desde o início, que a melhor saída para o impasse criado entre os grevistas e o governo é reduzir ou zerar o PIS/Cofins cobrado sobre o diesel”, tuitou. Minutos depois, no entanto, a postagem foi apagada pelo próprio presidenciável. Defensor da ação, ele disse que o corte nos custaria “apenas” R$ 3,5 bilhões, mas na verdade custará R$ 14 bilhões.