29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
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Eles estão convencendo pais a não cuidarem dos próprios filhos

Crianças já tomaram as vacinas obrigatórias na infância. Mas campanha de medo desinformação leva-nos a não querer levá-las para receber a dose contra a Covid-19

Em apenas uma noite, ouvi de duas pessoas conhecidas que elas estão em dúvida se vacinam ou não os filhos. São crianças que ainda não chegaram aos cinco anos de idade. O curioso é que todas tomaram as vacinas obrigatórias na infância sem hesitação.

Isso me deixou muito triste porque mostra que a campanha perversa contra a vacinação e pela morte está conseguindo convencer pessoas a não protegerem seus bebês e a si mesmas contra o vírus mortal.

A campanha de medo e desinformação tem até apoio estatal. É impossível não citar o vexame protagonizado pelos ministros Queiroga (Saúde) e Damares (Direitos Humanos), que tentaram forçar a barra e atribuir à vacina uma parada cardíaca sofrida por uma criança de dez anos em São Paulo. Ao final, provou-se que a crise foi fruto de uma doença congênita. A vítima (que bom!) recebeu todos os cuidados médicos e passa bem.

Esses abutres torcem pela morte de uma criança após ser vacinada para satisfazer suas mais baixas perversões. Parece exagero, mas, não é. Bolsonaro, líder da seita, considera “insignificantes” as mortes de crianças por Covid-19 no Brasil. Tanto que os mesmos ministros ignoraram a morte de uma criança por Covid-19 em Alagoas, nesse fim de semana.

O medo em relação à vacina contra a Covid-19, um mal que aflige todo o mundo, não se justifica cientificamente. Porém, os demônios antivax são eficientes. Em um grupo de WhatsApp, recebi um vídeo mostrando crianças tendo crise convulsiva, crise de vômito e toda sorte de ataque. Assustador.

Outro, mostra placas em um canteiro de uma avenida em Florianópolis com nomes de pessoas supostamente mortas pela vacina. Não vou reproduzi-los aqui para não dar palco a essas excrescências.

Porém, sigo preocupado, porque essas peças de propaganda são uma gota de água no oceano de fake news que acabam convencendo desavisados a não protegerem os seus filhos. Para eles, protegê-los e negar o acesso a uma vacina comprovadamente eficiente e segura, atestadas pelas autoridades sanitárias.

Estamos nos aproximando do segundo ano dessa pandemia e o cenário é tenebroso. Enquanto tivermos um presidente comprometido com a morte e nenhuma medida mais dura for tomada contra quem espalha a doença, vamos ter que esperar pelo próximo governo para enxergar alguma luz.

É desesperador, porque já perdemos tempo demais. O projeto de morte e destruição, por enquanto, está indo de veto em popa.