20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Esportes

Eliminados de maneira vexatória do Paulistão, Corinthians e São Paulo tornam missão do rival Palmeiras ainda mais fácil no Estadual

Colecionando insucessos e com seríssimos problemas estruturais, dupla vê clube palestrino nadar de braçada no futebol paulista

Ceni e Cássio, ídolos de São Paulo e Corinthians, respectivamente, pouco podem fazer diante de problemas estruturais

Por Dyego Barros

Ao se mostrar incapaz de bater o modesto Ituano durante os 90 minutos na fase quartas de final do Campeonato Paulista e amagar a eliminação da competição nas penalidades frente a um oponente de Série B, o Corinthians protagonizou um dos maiores vexames de sua história na Neo Química Arena, inaugurada em 2014 para sediar a abertura da Copa do Mundo disputada no Brasil.

Sentindo a ausência de Renato Augusto e com jogadores como Paulinho, Roger Guedes e Yuri Alberto prejudicados pelas escolhas do inexperiente treinador Fernando Lázaro, o Alvinegro de Parque São Jorge até produziu o suficiente para vencer a partida no segundo tempo, depois de uma primeira etapa que assustou os mais de 43 mil torcedores que compareceram à Itaquera, mas o gol da virada não veio. Ao contrário do castigo, que não costuma deixar de bater à porta dos incompetentes.

Escolhido para suceder Andrés Sanchez em 2021, após o segundo mandato do “todo poderoso” dos bastidores corinthiano chegar ao fim, o ‘boa praça’ Duílio Monteiro Alves herdou um clube com 1 bilhão em dívidas e repleto de problemas estruturais. Sem dinheiro em caixa, se mostrou habilidoso ao conseguir atrair reforços de peso que demonstraram o desejo de vestir a camisa do Timão.

Sofrendo há temporadas com jogadores do nível de Léo Natel, Janderson, Ramiro, Camacho, Matheus Vital, entre outros tantos de qualidade duvidosa, a Fiel, naturalmente, se animou. Um plantel até então medíocre, tornara-se competitivo.

A podridão que assola o Parque São Jorge

Porém, a velha máxima de que o sucesso em campo passa por uma boa estrutura organizacional arquitetada fora dele, prevaleceu. ‘Cria’ do Grupo “Renovação e Transparência”, que desde 2007 dá as cartas no Sport Club Corinthians Paulista e, de lá para cá, transformou os departamentos da instituição em um verdadeiro balcão de negócios, Duílio não promoveu uma necessária limpeza interna.

Embora bem intencionado, e com um perfil completamente oposto ao de seus antecessores, fica cada vez mais evidente que o mandatário não conseguiu superar as amarras que o conduziram à presidência.

Enquanto figuras como Roberto de Andrade e Alessandro seguem intocáveis no departamento de futebol, e Jacinto Antônio Ribeiro, vulgo “Jaça”, faz o que bem entende da base, o presidente eleito com 1.081 votos em dezembro de 2020 caminha para se tornar o primeiro, em um período de 35 anos, a deixar o cargo sem qualquer título conquistado.

Soberano? Hoje não mais!

Também eliminado do Paulistão de forma precoce, o São Paulo segue a sua sina de colecionar fracassos, desde a era de ouro vivida pelo clube na primeira década do novo século.

Superado pelo inexpressivo Água Santa na noite de ontem, em um Allianz Parque repleto de são paulinos, o Tricolor passa a impressão de ter parado no tempo. Sob o comando do argentino Hernán Crespo, o time do Morumbi até arrebatou o estadual de 2021, encerrando um jejum de 9 anos sem títulos, mas gestões danosas à instituição, como as de Carlos Miguel Aidar e Leco, parecem ter deixado sequelas irreversíveis no antes “Soberano”.

Com uma série de atletas no departamento médico, sem recursos para buscar alternativas promissoras no mercado e no limite da paciência, o hoje treinador Rogério Ceni agora assiste do banco uma realidade bem diferente da vivida em seus tempos de capitão.

Um Palmeiras que sobra

Enquanto observa o sofrimento dos rivais da capital, o Palmeiras de Abel Ferreira segue consistente e faminto por taças. Nem as baixas de Danilo e Gustavo Scarpa, vendidos ao Nottingham Forest, da Inglaterra, no início do ano, foram capazes de abalar o nível de desempenho da equipe comandada pelo português, que por muitos palestrinos já é considerado o maior comandante da história do Alviverde, à frente de nomes como Luiz Felipe Scolari e Osvaldo Brandão.

Opiniões à parte, fato é que, livre da concorrência dos rivais no certame que abre o calendário, Abel parece ter caminho livre para acrescentar mais um troféu a já recheada galeria palmeirense.