19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Em entrevista Bolsonaro confessa prevaricação, mas chama senadores de bandidos

Ele disse que não pode “tomar providências em tudo” e declarou que achou fantasiosa a denúncia do deputado Miranda

Declaração de Bolsonaro confirma a prevaricação do presidente no caso de corrupção no Ministério da Saúde

Em Porto Alegre, neste sábado, 10, o presidente Jair Bolsonaro disse que não pode tomar providências contra os casos de corrupção denunciados pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), no Ministério da Saúde, dentro do contrato da vacina Covaxin.

A declaração dada à Rádio Gaúcha é, praticamente, uma confissão de culpa. Caracteriza, para os senadores de oposição na CPI, um ato de prevaricação do gestor em relação a denúncia feita por um parlamentar.

Miranda e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, prestaram depoimento na CPI na semana passada. Eles disseram que houve pressão na pasta para liberar a importação da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, e que tiveram um encontro com Bolsonaro relatando o caso.

Bolsonaro disse à rádio que considerou a denúncia “uma história fantasiosa”. E acrescentou: “Ele pediu uma audiência pra conversar comigo sobre várias ações. Eu tenho reunião com mais de 100 pessoas por mês, dos mais variados assuntos. Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência”, afirmou Bolsonaro ao comentar a reunião relatada por Luis Miranda.

Depois dessa declaração, Bolsonaro preferiu atacar os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a quem chamou de “bandidos”.

‘Tres bandidos’

O senador Omar Aziz (PSD-AM), em conjunto com o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), enviou uma carta ao presidente para que ele confirme ou negue denúncias do deputado federal Luis Miranda feitas à CPI.

Neste sábado, Bolsonaro voltou a dizer que não irá responder a carta dos senadores, a quem classificou como “bandidos”.

“Não tenho obrigação de responder. Ainda mais carta pra bandido. Três bandidos (Omaz, Renan, Randolfe)”, disse.