As entidades do setor produtivo iniciaram na manhã desta segunda-feira, 3, na Casa da Indústria, no bairro do Farol, o Encontro com dois dos candidatos ao governo de Alagoas. Serão recebidos pelo empresariado alagoano os candidatos Fernando Collor (PTC) e Renan Filho (MDB).
O primeiro a ser ouvido, Fernando Collor se comprometeu com as propostas da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de Alagoas, documento produzido pelas Federações da Indústria (Fiea), Comércio (Fecomércio) e Agricultura (Faeal), reunindo as principais reivindicações do empresariado.
Em nome das três entidades de classe, a Agenda foi entregue a Collor pelos presidentes da Fiea, José Carlos Lyra de Andrade, da Fecomércio, Wilton Malta, e da Agricultura, Álvaro Almeida. Em nome deles, o empresário José Carlos Lyra deu boas vindas ao candidato e aos empresários presentes, destacando a importância do desenvolvimento econômico para o bem estar social dos alagoanos.
Na saudação inicial, Fernando Collor leu o preâmbulo de seu programa de governo, onde afirma que, se eleito, “a competência técnica na gestão do Estado terá igual correspondência na sensibilidade em relação às pessoas, principalmente aquelas socialmente vulneráveis”. Ao dizer porque decidiu entrar na disputa pelo governo, o candidato do PTC declarou que “a democracia não aceita eleição com WO (sigla para a palavra em inglês ‘walkover’, que traduzida para a língua portuguesa significa “vitória fácil” ou, como se usa no mundo esportivo, vitória de um competidor individual quando não há adversários).
O candidato fez críticas ao que chamou de “ferocidade tributária”, referindo-se à política fiscal do atual governo, alvo principal de sua estratégia de campanha. Collor afirmou que chega a 25% o percentual de aumento das alíquotas fiscais no Estado entre 2015 e 2018, “um arrocho sobre o consumo de bens e serviços para as famílias alagoanas”.
“A ferocidade tributária cria novos encargos sob a forma de taxas que atingem, de forma indiscriminada, micro e pequenos empreendedores da mesma maneira que os grandes investidores, inibindo as iniciativas daqueles que buscam de forma digna e honrada suprir as necessidades de sobrevivência de suas famílias, forçando-os a escorregar para os labirintos da informalidade e do subemprego”, afirmou o candidato do PTC.
Ele se disse surpreendido com as cerca de 200 propostas que constam da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de Alagoas, ressaltando que as proposições do setor produtivo demonstram a falta de interlocução entre o Estado e os empresários. “São cerca 200 propostas, que revela uma demanda reprimida enorme, uma absoluta falta de interesse do governo de interagir com o setor produtivo. São problemas que deveriam já ser de conhecimento do atual governo e não deveriam mais estar nessa relação”, disse Fernando Collor.
Respondendo às questões apresentadas pelos empresários, o candidato disse que pretende criar um programa de competitividade e produtividade, e câmaras setoriais para enfrentar as dificuldades de cada segmento da economia. Ele assumiu compromisso com as proposições apresentadas pela Fiea, Fecomércio e Faeal, prometendo adotar “uma política tributária justa, que evite o fechamento de empresas”.
Na sabatina, Fernando Collor também discorreu sobre educação, segurança pública, tecnologia e agricultura familiar. Collor afirmou que, se eleito, estabelecerá permanente diálogo com as entidades de classe da indústria, comércio e agricultura para enfrentamento de todos os problemas do Estado. “Sem o setor produtivo, em diálogo permanente, o governo não anda. Saibam os senhores que em nossa gestão, essa interlocução está assegurada”, declarou o candidato.
O diálogo promovido pelas federações com os dois principais candidatos ao governo alagoano prossegue nesta terça-feira, 4, quando os empresários se reúnem para ouvir o governador Renan Filho, candidato à reeleição. O Encontro também será na Casa da Indústria, sede da Fiea, com início às 9h.