20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Endividada em R$ 43 bilhões, Americanas pedem recuperação judicial

Quase R$ 6,5 bilhões das dívidas são com bancos públicos

As Americanas entraram nesta quinta (19) com pedido de recuperação judicial. O objetivo é evitar uma quebra após a revelação de um rombo bilionário em seus balanços financeiros.

“Buscou-se o ajuizamento da tutela cautelar de caráter antecedente, a fim de evitar danos irreversíveis ao seu caixa, que é essencial, passe o truísmo [obviedade], para o funcionamento de uma grande empresa do setor varejista.”

Isso acontece depois da empresa declarar dívidas de R$ 43 bilhões com um total de 16.300 credores. Mais cedo a empresa tinha revelado estar com apenas R$ 800 milhões em caixa, dos quais “parcela significativa” estava “injustificadamente indisponível para movimentação”.

Apesar isso, as Americanas seguirão operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral”.

Agora, as Americanas guardam o atendimento ou não do pedido de recuperação. A empresa pediu prazo de 48 horas para apresentação da lista de credores completa e 60 dias para apresentar um plano de recuperação e demonstrar sua viabilidade financeira.

Se o pedido for negado, as Americanas podem ter sua falência decretada. Caso o pedido seja aceito, todas as cobranças feitas às Americanas serão suspensas por 180 dias. O juiz responsável pelo caso nomeará um administrador judicial para conduzir o processo de recuperação.

Dívida com bancos

Os bancos públicos e instituições estatais de fomento concentram um terço da dívida da Americanas e, diante desse volume de crédito disponibilizado, a Advocacia-Geral da União (AGU) pretende ingressar como parte interessada no processo de recuperação que a companhia deve mover na próxima semana (até 24 de janeiro), no Rio de Janeiro.

A companhia pedirá o “congelamento” de aproximadamente R$ 20 bilhões em dívidas à Justiça, procedimento padrão adotado até que ela apresente um plano de recuperação.

Do total da dívida, as instituições públicas firmaram 19 contratos com a varejista no valor de R$ 6,4 bilhões, o que representa um terço do total de operações de crédito fechadas pela varejista.

A cifra, no entanto, se refere ao valor de face e não considera os juros atrelados às operações.

Com mais de 1.800 lojas físicas, um dos maiores grupos varejistas do país está envolvido em um escândalo bilionário desde que seu presidente pediu demissão por ter encontrado “inconsistências” de R$ 20 bilhões no balanço da companhia.

Emprestaram para a Americanas Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES (Banco Econômico de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).