20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

“Enviado especial para o clima” de Biden tem tudo para se tornar o inimigo nº 1 de Bolsonaro

John Kerry foi um dos arquitetos do Acordo de Paris e terá assento no Conselho de Segurança Nacional

Demorou, mas o presidente Donald Trump finalmente autorizou acesso para equipe do presidente eleito, Joe Biden, iniciar o processo de transição de poder nos EUA.

E um dos indicados do democrata Biden promete ser uma dor de cabeça para o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Trata-se do “enviado especial dos EUA para Meio Ambiente” John Kerry.

Democrata experiente, Kerry foi rival de George W. Bush nas eleições de 2004 e secretário de Estado no governo Obama. E nos últimos anos voltou suas atenções ao tema das mudanças climáticas.

Ele, inclusive, foi um dos arquitetos do Acordo de Paris e terá assento no Conselho de Segurança Nacional, que pela primeira vez na história terá uma autoridade dedicada a sustentabilidade no Conselho.

Como prometido em sua campanha, Biden deve focar suas atenções no desmatamento da Amazônia. Da mesma forma, também prometeu reverter o curso das políticas para o meio ambiente do presidente Donald Trump, que duvida das principais correntes da ciência sobre o assunto.

Isso quer queira Bolsonaro, ou não. E é melhor que não seja via pólvora, já que por diálogo não será problemas, pois nada se perderá na tradução: mulher de Kerry, Teresa Simões-Ferreira Heinz Kerry é moçambicana de ascendência portuguesa.

Kerry já chegou a dizer que “ouve português todo dia”, e com uma intérprete particular em casa, caso Bolsonaro siga negando sua ação de desmate e queima na Amazônia, chamará mais atenção do que necessário. John Kerry, sem dúvidas, será um adversário a altura do presidente do Brasil e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.