O governo Jair Bolsonaro (PL) tratou com total descaso as políticas públicas de apoio as mulheres vulneráveis e de valoração da atuação da mulher, seja no setor público ou privado.
Tanto que nos últimos quatro anos, o orçamento para combater a violência contra mulheres praticamente foi extinto. Em 2020, no auge da pandemia da covid-19, o volume de recursos executado ficou abaixo de 30%, no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Os dados integram um levantamento feito pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
Os dados divulgados ontem, abrange os anos de 2019 a 2022. O estudo constata que o volume autorizado de gastos com ações de enfrentamento à violência, promoção da igualdade e da autonomia das mulheres encolheu radicalmente..
De acordo com o levantamento, o governo negou recursos para despesas com medidas como a construção e apoio à implementação da Casa da Mulher Brasileira; construção de centros de atendimento às mulheres; adoção de políticas de igualdade e enfrentamento à violência contra as mulheres, como as centrais de atendimento à mulher Disque 100 e Ligue 180.
Entre 2019 e 2020, por exemplo, o total orçado para as mulheres caiu de R$ 76,5 milhões para R$ 43,8 milhões — redução de 42,8%. E, justamente no ano em que o ministério tinha maior volume autorizado no orçamento ao combate à violência contra a mulher, de R$ 141,3 milhões, durante 2020, o governo executou apenas 29,4% dos gastos previstos, ou seja, R$ 38,2 milhões.