Nem assembleia nem discursos inflamados. O que vai orientar o Movimento Unificado dos servidores do Estado, sobre a disposição para uma possível paralisação é uma enquete que será realizada, a partir desta terça-feira (14), nos locais de trabalho. Desde a última rodada de negociação, na segunda quinzena de junho, quando o governo ofereceu 5% divididos em três suaves parcelas, e disse que esse era o limite para a corda não arrebentar no lado da Lei de Responsabilidade Fiscal, os ânimos parecem ter arrefecido. Não houve mais mobilização.
Em assembleia, os servidores responderam ‘não’ à proposta, que não repõe sequer a inflação medida pelo IPCA – 6,41%. Mas a partir daí, não se falou mais no assunto. Talvez o clima dos festejos juninos; a frieza de julho; o medo da chuva ou o cansaço de ambas as partes. Certo é que não houve reposição, nem reação – exceto pelos trabalhadores da Educação, que querem reajuste de 13% e já anunciaram greve a partir desta quinta-feira, e os militares, que aceitaram o índice de 5% – para as demais categorias, a negociação simplesmente parou.
E o que a CUT e o dirigentes sindicais do Movimento Unificado querem, com uma agenda fria marcada para esta terça-feira, é tentar reacender a fogueira da mobilização.
A partir das 9h, estarão de porta em porta, na sede das secretarias, com dois lotes de papel nas mãos: um panfleto onde o Movimento lembra que a receita do Estado cresceu R$ 170 milhões no 1º quadrimestre, que houve ajustamento da máquina, redução de secretarias e de pessoal comissionado, passaram-se dois meses e meio desde a data-base – 1º de maio – e mesmo assim, o governo não se dispôes sequer a repor a inflação, o que seria básico.
O outro lote é uma cédula para que os servidores respondam ‘sim’ ou ‘não’ a três alternaivas de procedimentos a serem adotados para pressionar o governo: greve por tempo indeterminado; paralisação de advertência por 24 horas; ou continuar aguardando as negociações.
Tipo assim: você decide; você escolhe o final.
Com essa frieza, fica fácil presumir.