1 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Guedes acusa funcionários públicos por parte da “roubalheira”

Declarações foram uma resposta aos que atribuíram aos servidores públicos parte significativa do rombo nas contas públicas

Paulo Guedes respondeu novamente perguntas do deputados na CCJ

Durante a audiência pública na comissão especial da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, que durou cerca de 8 horas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que parte da culpa pelos “desvios” e pela “roubalheira” que atingiu o país nos últimos anos é dos funcionários públicos. Em sua visão, a categoria é responsável por “tomar conta das coisas públicas”, mas não cumpriu o seu papel.

“O funcionalismo público não é culpado, mas também não é inocente. A função deles é tomar conta das coisas públicas. Como teve desvio, roubalheira? Cadê a turma que tinha que tomar conta disso?”. Paulo Guedes, ministro da Economia.

As declarações de Guedes foram uma resposta aos questionamentos de parlamentares que disseram que o governo atribui aos servidores públicos parte significativa do rombo nas contas públicas.

O ministro voltou a afirmar que os “corporativistas” gastam com propaganda contra a reforma. Mais cedo, ele declarou que foram desembolsados R$ 100 milhões com propagandas televisivas, sem citar a fonte desses dados.

Baixaria padrão

A sessão foi marcada por mais bate-boca entre o ministro e deputados. Guedes chegou a dizer que “baixaria” era um “padrão” na Câmara e foi criticado por parlamentares.

As declarações do ministro foram uma resposta a dois deputados de oposição. Ivan Valente (PSOL-SP) acusou Guedes de ter cometido crime de responsabilidade fiscal, e Perpétua Almeida (PCdoB-AC) mencionou notícias em jornais sobre “rombos” que o ministro teria causado em fundos de pensão.

Guedes afirmou que teria uma conversa reservada com Perpétua sobre os questionamentos que ela fez sobre supostas fraudes cometidas por ele em fundos de pensão e fez referência a um episódio envolvendo outro deputado, José Guimarães (PT-CE).

Em 2005, um assessor dele, José Adalberto Vieira, foi preso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com US$ 100 mil escondidos na cueca e R$ 209 mil numa maleta de mão. Guimarães foi absolvido pela Justiça. Com a troca de ofensas, Guimarães se defendeu dos ataques.

O petista respondeu a Guedes, dizendo que sempre tratou o ministro com respeito e que não respondia a nenhum processo no STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro afirmou que não foi ofendido por Guimarães e que perdeu a paciência com as acusações que considerou mentirosas.