1 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Guedes: Petróleo quem resolve é a Petrobras

Impacto do ataque a refinaria saudita sobre o mercado brasileiro está sendo analisado

Paulo Guedes, ministro da Economia

Paulo Guedes, afirmou que a questão de preço do petróleo é da Petrobras, na primeira declaração do ministro da Economia após a disparada do valor do barril nesta semana.

Guedes participou de reunião com o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta terça (17) e ao retornar ao Ministério da Economia, tentou driblar jornalistas que o aguardavam no acesso de autoridades do prédio. Sem sucesso.

Então, quando questionado em relação à variação de preços do barril de petróleo nos últimos dias, ele repetiu o mantra:

“Petróleo quem resolve é a Petrobras. Preço de petróleo, é a Petrobras”. Paulo Guedes, ministro da Economia.

A atitude é diferente da intervencionista, como a que aconteceu em abril, quando o presidente Jair Bolsonaro admitiu que telefonou ao então presidente da estatal, Roberto Castello Branco, pedindo para cancelar um reajuste de 5,7% no combustível. Na época, temia-se uma nova greve de caminhoneiros, mas a estatal afirmou que não houve intervenção.

A própria ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) já iniciou fiscalização em postos de combustíveis para investigar práticas abusivas de preços a partir das notícias de disparada das cotações internacionais do petróleo

“Não tem motivo para aumento de preços, já que a Petrobras não promoveu reajustes. E, mesmo que tivesse promovido, tem os estoques na cadeia e o repasse demoraria a chegar”. Nota da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis.

Petrobrás

A Petrobras decidiu esperar antes de decidir por reajustes nos preços da gasolina e do diesel. A avaliação na empresa é que o mercado ainda está muito volátil e que é preciso entender para onde vão as cotações internacionais, que subiram 13% nesta segunda (16).

Foi a maior alta diária desde o fim de 2008, em resposta a corte recorde na produção mundial após ataques a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, que tirou do mercado uma capacidade equivalente a 5,7 milhões de barris por dia, ou 5% da oferta global.

Em nota divulgada no fim da noite, a estatal diz que segue monitorando o mercado internacional, mas optou por não fazer ajuste de forma imediata, já que “o mercado apresenta volatilidade e a reação súbita dos mercados ao evento ocorrido pode ser atenuada na medida em que maiores esclarecimentos sobre o impacto na produção mundial sejam conhecidos”.

A empresa ressalta ainda que não há periodicidade mínima em sua política de preços, que prevê acompanhar as cotações internacionais, com base em um conceito conhecido como paridade de importação, que simula quanto custaria para trazer combustíveis ao mercado interno.