20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Janones lembra: Bolsonaro foi o único a falar contra cassação de deputado que matou Ceci Cunha

“Amanhã qualquer um de nós pode estar no lugar dele, condenado por contato com um elemento que foi marginal no passado”, defendeu o então deputado federal Jair Bolsonaro

Um dos aliados de campanha de Lula, e o maior do petista nas redes sociais, o deputado federal André Janones (Avante-MG) afirmou no Twitter, neste sábado (27/8), que o presidente Jair Bolsonaro (PL), quando parlamentar, “defendeu um deputado federal que matou uma mulher. .

Janones disse que Bolsonaro votou contra a cassação do deputado, mas não deu detalhes sobre o caso, que claramente se trata do assassinato cometido pelo ex-deputado federal Talvane Albuquerque.

Em abril de 1999, a Câmara dos Deputados decidiu cassar o mandato dele, que era suplente, por assassinar Ceci Cunha, titular da vaga de deputada. 29 deputados votaram contra, entre eles, o parlamentar Jair Bolsonaro.

“Bolsonaro foi o único dos 513 deputados a defender um deputado que assassinou uma mulher. Ele votou contra a cassação. Vou divulgar aqui todo o material que está sendo produzido, para que vocês viralizem isso no zap (WhatsApp), disse Janones.

O comentário do deputado foi em complemento de outra postagem em que relacionava o bolsonarismo ao caso do homem, que após matar a esposa a facadas, limpou o objetivo do crime em uma Bíblia. “O Cristianismo bolsonarista resumido em uma manchete”, disse.

Janones disse ainda que estava “em pleno sábado”, em seu gabinete na Câmara dos Deputados para reunir supostas provas de que o presidente da República defendeu o seu gabinete na Câmara dos Deputados para colher provas de que Bolsonaro, supostamente, defendeu o deputado autor do crime.

Bolsonaro e Ceci Cunha

Há quase 24 anos, em dezembro de 1998, a deputada federal Ceci Cunha, eleita em Alagoas, e que tinha como suplente o já deputado Talvane Albuquerque, era assassinada – o suplente contratou um pistoleiro e produziu uma chacina em Maceió, mantando seu alvo principal e familiares dela, parentes do hoje senador Rodrigo Cunha (UB), candidato ao governo de Alagoas.

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Talvane foi cassado e, então, após longos 12 anos, foi finalmente julgado e condenado pelos múltiplos homicídios, cumprindo 9 anos de prisão em regime fechado, do qual foi liberado no ano passado.

Um ano após os assassinatos, a Câmara analisava a cassação do assassino, para que ele então perdesse o mandato e fosse julgado pela Justiça comum.

Durante a sessão que o tirou do parlamento, por 425 votos a favor de cassá-lo contra 29 que optaram por mantê-lo no cargo, apenas um deputado foi à tribuna para fazer uma defesa explícita de um deputado que mandou matar toda uma família para permanecer com seu mandato: Jair Bolsonaro.

“Contra o relatório! Porque amanhã, qualquer um de nós, pode estar no lugar dele… Estamos o condenando por um contato com um cidadão, com um elemento, que foi um marginal no passado… Agora, quem aqui nunca teve contato ou conversou com um marginal?”, disse Bolsonaro, sobre a relação de Talvane com o assassino de aluguel.