29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Justiça manda quebrar sigilos de Ricardo Salles, que ficou rico de uma hora pra outra

Patrimônio do ministro do Meio Ambiente saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles em um inquérito que investiga suspeita de enriquecimento ilícito. O patrimônio de Salles saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018.

No período, Salles exerceu dois cargos no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo: foi secretário particular do governador entre 2013 e 2014 e, entre 2016 e 2017, ocupou por 13 meses a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Salles nega irregularidades em suas contas.

Em uma declaração feita à Justiça Eleitoral em 2012, quando foi candidato a vereador, o ministro apresentou a declaração com o primeiro valor. Ela consistia em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto.

Em 2018, Salles foi candidato a deputado federal pelo partido Novo. À Justiça, informou possuir dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil.

“Todos os meus rendimentos e bens foram declarados por mim mesmo. Não tenho nenhum receio acerca da análise dos dados”. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, em resposta ao Estadão.

A decisão é da última segunda-feira (18) e partiu da 10ª Câmara de Direito Público do TJ. O Ministério Público de São Paulo já havia feito o pedido inicialmente à 5ª Vara da Fazenda Pública, mas teve a solicitação negada. A Procuradoria de Justiça recorreu da decisão.

Salles, ministro de Bolsonaro, condenado

Condenação em 1ª Instância

Na decisão, o Tribunal de Justiça escreveu que influenciou o pedido o fato de Salles ter sido condenado em primeira instância “por ato de Improbidade Administrativa supostamente praticado na condição de agente público junto ao Governo Estadual”.

Segundo a acusação do MP-SP, acatada pelo juiz, Salles participou de um esquema de adulteração de documentos e mapas na elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016.