27 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Justiça proíbe megachurrasco com 2.000 pessoas que receberia Bolsonaro em São Paulo

A motociata prevista na agenda extraoficial do presidente segue de pé

Neste sábado (31), o presidente Jair Bolsonaro estará em Prudente, interior de São Paulo. Mas a Prefeitura do município do interior de São Paulo precisou revogar, como cumprimento de decisão judicial, decretos que permitiam a realização de um megachurrasco com 2.000 pessoas para recepcionar o presidente.

Na agenda oficial, Bolsonaro estará no município para o credenciamento junto ao SUS (Sistema Único de Saúde) do Hospital Regional do Câncer, que agora passará a ser chamado de Hospital da Esperança.

Extraoficialmente, além do almoço com líderes ruralistas, consta ainda uma motociata com apoiadores.

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Derrotado na Justiça, o prefeito Ed Thomas (PSB) flexibilizou com restrições sanitárias em meio à pandemia e cedeu o espaço, conhecido por receber a feira agrária da cidade e leilões de gado, para o megachurrasco.

Mas após uma ação civil pública do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) na terça (27), em decisão liminar o juiz Darci Lopes Beraldo afirma que uma cerimônia deste tamanho só poderia estar inserida na categoria dos eventos-teste anunciados pelo governo João Doria (PSDB), o que não era o caso do churrasco previsto para recepcionar o presidente.

UDR

O evento seria encabeçado pela UDR (União Democrática Ruralista), uma associação civil que despontou em defesa dos ruralistas em meados dos anos 1980, quando o oeste paulista se tornava epicentro de conflitos fundiários, com a presença do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na região.

A UDR já foi presidida por Luiz Antonio Nabhan Garcia, líder ruralista local e atualmente secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura do governo federal e aliado próximo do presidente.

Na CPMI da Terra, concluída em 2005, Nabhan Garcia foi acusado de estar associado a milícias armadas no campo em defesa de fazendeiros na região de Presidente Prudente. Ele negou todas as acusações e não foi indiciado.