Uma desnecessária novela de desencontros, em que partes negavam as afirmações da outra, os governos da Venezuela e Cuba tiveram seus convites, para a posse de Jair Bolsonaro em 1º de janeiro, cancelados pelo Ministro das Relações Exteriores.
Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse do PR Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira. Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) 16 de dezembro de 2018
O próprio presidente eleito reforçou a iniciativa, “defendendo e respeitando verdadeiramente a democracia”:
Naturalmente, regimes que violam as liberdades de seus povos e atuam abertamente contra o futuro governo do Brasil por afinidade ideológica com o grupo derrotado nas eleições, não estarão na posse presidencial em 2019. Defendemos e respeitamos verdadeiramente a democracia.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 16 de dezembro de 2018
Venezuela e Cuba estão fora, mas estas por terem a “ideologia de esquerda”. Os regimes ditatoriais de direita, que lideram o ranking de ausência de liberdade divulgado pela organização americana Freedom House, por outro lado, seguem presentes na festa da democracia.
Para sua posse na Presidência, Jair Bolsonaro manteve o convite para representantes de ditaduras como Síria, Sudão do Sul, Eritreia, Coreia do Norte e Turcomenistão.
O Ministério das Relações Exteriores informou que não recebeu do futuro governo qualquer outro pedido para cancelamento de convite para a posse. Segundo o Itamaraty, foram chamados representantes de todos os países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas.
A lista inclui as doze ditaduras destacadas pela Freedom House. Cuba e Venezuela não estão entre os piores da lista. Os países são classificados como livres, parcialmente livres e não livres.
A avaliação máxima, a nota 100, foi dada a nações como Noruega, Suécia e Finlândia. Também citados entre os livres, os Estados Unidos receberam 86 pontos; Portugal ficou com 97; o Brasil, com 78.
Síria, o menos democrático da lista, teve nota negativa, -1; o Sudão ficou com 2 pontos; Eritreia e Coreia do Norte, 3; Turcomenistão, 4. A República Centro-Africana e a Líbia, que fecham a lista dos doze piores, ficaram com 9 pontos. Cuba recebeu nota 14, a mesma da China; a Venezuela, 26. O levantamento da Freedom House leva em conta 195 países – 49, 25% do total, foram considerados não livres.