Jorge Arreaza, chanceler da Venezuela, foi categórico ao afirmar que Nicolás Maduro foi convidado sim para a posse do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro.
.@jaarreaza: (1/2) You can read below the 2 official diplomatic notes sent by the Brazilian authorities whereby they invite the Venezuelan Government and President @NicolasMaduro to attend the @jairbolsonaro‘s inauguration: pic.twitter.com/bXn2o3icYr
— Cancillería ?? (@CancilleriaVE) 16 de dezembro de 2018
Por outro lado, o futuro Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, havia dito antes que o presidente venezuelano não fora convidado “em respeito ao povo” daquele país.
Depois de Arreaza escrever nas redes sociais, Araújo preferiu não comentar o assunto, mas sabe-se que a orientação inicial para o ministério foi convidar todos os países, sendo que depois Cuba e Venezuela foram desconvidados. Bolsonaro já negou que irá receber Nicolás Maduro e confirmou também em seu Twitter.
Naturalmente, regimes que violam as liberdades de seus povos e atuam abertamente contra o futuro governo do Brasil por afinidade ideológica com o grupo derrotado nas eleições, não estarão na posse presidencial em 2019. Defendemos e respeitamos verdadeiramente a democracia.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 16 de dezembro de 2018
Apesar disso, Arreaza publicou no Twitter duas notas diplomáticas atribuídas ao Palácio do Itamaraty – que ainda está sob o comando de Aloysio Nunes, nomeado pelo presidente Michel Temer. Nelas, há o suposto convite feito a Maduro pelo governo brasileiro. De qualquer forma, ele também confirmou que Maduro nunca considerou comparecer:
.@jaarreaza: (2/2) President @NicolasMaduro never considered to attend the inauguration of a government such as the @jairbolsonaro‘s one. This is the firm official answer we sent to @ernestofaraujo, through @ItamaratyGovBr, on past December 12th: pic.twitter.com/PJ8tBC2on8
— Cancillería ?? (@CancilleriaVE) 16 de dezembro de 2018
Encerrando ou não a novela, Ernesto Araújo encerrou o assunto ao afirmar que Maduro não está convidado.
Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse do PR Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira. Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) 16 de dezembro de 2018
Sem assessoria de Comunicação
Sem uma estrutura de assessoria de imprensa e fazendo campanha pelas redes sociais, Jair Bolsonaro queria profissionalizar a comunicação de seu governo, só que seus filhos estão resistiram à ideia. Preferem que toda a comunicação seja pelo Twitter. O que, invariavelmente, acaba gerando estes problemas e outras falhas de comunicação.
Pessoas próximas a Bolsonaro relataram que sugestões de nomes de jornalistas para assumir a comunicação foram desaprovadas pelos filhos sob a justificativa de os profissionais serem petistas ou comunistas.
Parte dos aliados sugere nomes com experiência para assumir a Secretaria de Comunicação. Entre os defensores de uma comunicação profissional está o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão.
Outras pessoas tentam vencer a resistência de Bolsonaro apresentando nomes do mercado. Entre eles, foi sugerido Alexandre Garcia, da TV Globo, mas equipe do presidente eleito nega que tenha havido convite formal ao jornalista.
Os filhos defendem nomes com alinhamento ideológico ao pai e são poucos os jornalistas elogiados por eles. São exemplo nomes do site O Antagonista, como Felipe Moura Brasil, ou do colunista da revista Veja Augusto Nunes.
O principal canal de comunicação oficial do futuro governo tem sido a conta de Bolsonaro no Twitter. Foi criado ainda um perfil oficial na rede social chamado Muda de Verdade, cuja descrição é “perfil oficial do Portal de Transição”. Assessores do gabinete de transição não sabem informar quem é o responsável pelas postagens.
Até que se defina se haverá um profissional a cargo da comunicação, o trabalho vem sendo feito de forma improvisada. Há um assessor informal, Tercio Arnaud Tomaz, que trabalha no gabinete de Carlos Bolsonaro e confirma agendas do presidente eleito e divulga fotos e vídeos das ações do político. Além disso, há na coordenação da equipe de transição uma assessoria de imprensa.