20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Lira chama Rodrigo Pacheco de truculento e esquenta clima político

A briga entre os dois passa pelo nível de influência no poder da Câmara e do Senado

Lira esquenta o clima político em Brasília ao chamar Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, de truculento.

Em nome do poder que convém para manter-se como um dos homens mais influentes da República, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) de truculento.

Tudo começou depois que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), determinou nesta quinta-feira,23, a retomada das comissões mistas que analisam os textos antes de serem votados na Câmara.

No mesmo momento em que anunciava a decisão, no Salão Azul do Senado, o deputado Arthur Lira (PP-AL), chamou a decisão de “truculenta” em entrevista no Salão Verde, a alguns passos dali.

Pacheco questionou o fato de já terem passado mais de 50 dias, o prazo das medidas provisórias está sendo contado desde então, sem que as comissões fossem instaladas na forma da Constituição. “É muito importante que haja uma solução”. Destacou o presidente do Senado após se reunir com líderes de partidos da base do governo e da oposição.

Ele decidiu se posicionar, depois de analisar uma questão de ordem do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que diz que a Constituição determina o funcionamento das comissões.

— Com um governo, nova legislatura, fim da pandemia, é preciso que se retome a ordem constitucional, foi esse o entendimento da Mesa do Senado – disse Pacheco.

O sistema atual foi adotado em 2020 e a justificativa era acelerar a aprovação de medidas durante a pandemia do coronavírus. O impasse sobre o modo de votar as medidas se arrasta desde o início de fevereiro e opõe Lira a Pacheco. O chefe do Senado chegou a assinar um ato conjunto do Congresso e enviou o documento para Lira assinar, mas o deputado do PP não fez isso.

Reação de Lira

Durante entrevista, o deputado Arthur Lira ameaçou não cumprir a determinação de Pacheco. Ele defende a manutenção do rito atual, em que as MPs são votadas primeiro na Câmara e depois no Senado, pulando a etapa das comissões mistas. O rito foi criado de forma emergencial durante a pandemia do coronavírus.

— Este gesto que não vai levar a lugar nenhum. Não defendemos ir contra a Constituição, mas queremos um rito mais atual, que atenda a demanda das duas casas. Não queremos guerra, mas não fui eu quem mudei texto e mudei com a minha palavra. A comissão mista truculenta não vai andar com medidas provisórias. As lideranças do governo querem que o rito atual seja obedecido. Esta é uma decisão unilateral que não ajudará o Brasil.

O sistema atual foi adotado em 2020 e a justificativa era acelerar a aprovação de medidas durante a pandemia do coronavírus. O impasse sobre o modo de votar as medidas se arrasta desde o início de fevereiro e opõe Lira a Pacheco. O chefe do Senado chegou a assinar um ato conjunto do Congresso e enviou o documento para Lira assinar, mas o deputado do PP não fez isso.