Os nordestinos que viviam em regime de trabalho escravo, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, estão de volta para as suas casas. A maioria é do Estado da Bahia.
As denúncias são de trabalho forçado, alojamento monitorado por câmeras e tortura física para os casos de reclamação. Os trabalhadores foram resgatados na noite do último dia 22 de fevereiro.
Os fatos foram narrados por trabalhadores que não quiseram ser identificados e conseguiram fugir de uma das vinícolas localizadas acusadas de submeter trabalhadores nordestinos a trabalho análogo à escravidão. Entre as empresas envolvidas estão Salton e Aurora.
O depoimento dos trabalhadores foi feito à TV GLobo/Bahia. Eles contaram que fugiram após presenciarem agressões físicas, verbais e ameaças. O caso foi descoberto na quarta-feira (22), após uma do Ministério do Trabalho e Emprego, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Na entrevista eles disseram ainda que não tinham acesso à toalha, lençol, nem talheres. A comida, que chegava em quentinhas, geralmente, estava estragada. “O que passamos não foi coisa de Deus”, disse uma das vítimas.
As jornadas de trabalho passavam de 15h por dia. Começavam a colheita nas primeiras horas da manhã e voltavam para o alojamento após 23h. No dia seguinte, o ciclo se repetia.
“Eles nos chamavam de demônios, logo ao acordar, e presidiários”, relatou um dos entrevistados.