20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Lula se encontra com novo comandante do Exército que ensinou ‘o que é ser militar’

General Tomás Miguel Paiva fez aos comandados que ser militar é instituição de Estado, apolítico e apartidário, que goste ou não

Presidente Lula e o novo comandante Tomás Paiva

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou, na noite deste sábado, 22,  com o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, nomeado o novo Comandante Geral do Exército Brasileiro.

Recebido pelo petista no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), o oficial foi escolhido para comandar o Exército Brasileiro em virtude da exoneração do ex-líder das tropas, o general Júlio César de Arruda.

Lula passou a manhã e o início da tarde em Boa Vista (RR). Ele viajou para visitar indígenas Yanomamis, que enfrentam crise humanitária.

Na volta à capital federal, foi direto ao Planalto, onde conversou com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e oficializou a troca no comando do Exército. O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), também participou da reunião.

Ex-comandante militar do Sudeste, o general Tomás fez, nesta semana, um discurso em defesa da democracia e do resultado eleitoral. Segundo o ministro da Defesa, José Múcio, a substituição na caserna ocorreu causa de “uma fratura no nível de confiança” do governo com ante o Exército.

O que é ser militar, segundo o comandante Tomás

Em um pronunciamento legalista e responsável, o novo comandante do Exército Brasileiro destacou para os seus comandados, em evento recente, o que é ser verdadeiramente um militar:

– Ser militar é defender a pátria, não importando quem está no comando.  É ser profissional. É respeitar a hierarquia e disciplina. É ser coeso. É ser íntegro. É ter espírito de corpo. É defender a pátria. É ser uma instituição de Estado. Apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando: a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente. Isso não significa que o cara não seja um cidadão. Que o cara não possa exercer o seu direito, ter a sua opinião. Ele pode ter, mas ele não pode manifestar. Ele pode ouvir muita coisa, muita gente falando que ele faça isso, faça aquilo, mas ele faz o que é correto. Mesmo que o correto seja impopular. Porque democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e, também, é o regime do povo, alternância do poder. É o voto. E quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que a gente tem que ter. Mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado. Instituição que respeita os valores da pátria, como de Estado.