Está registrado nos dados da Fazenda Nacional e no levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), feito a pedido da BBC News Brasil: -De 2019 a 2022, o governo Bolsonaro fez gastos acima do teto que somam R$ 794,9 bilhões.
Ou seja, quase R$ 800 bilhões o furo do teto, para ser generoso com o termo. Na verdade, não é furo, é rombo mesmo.
A essa sangria desatada capitaneada pelo ministro bufão, Paulo Guedes, os senhores do “mercado” brasileiro silenciaram. Todos coniventes…
Mas, bastou o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falar em dispensar do chamado “teto de gastos” os recursos para garantir o Bolsa Família, para em seguida gerar tremedeira entre os homens do mercado.
O dinheiro fora do teto seria – ou será – destinado para livrar do mapa da fome cerca de 33 milhões de brasileiros, que estão a perambular pelas ruas e calçadas do País.
A reação vem da hipocrisia intrínseca. Ah, não pode por que as ações da Bolsa de Valores vão cair, o dólar vai subir, é preciso respeitar o ajuste das contas públicas…
Essa gente branca, de muita pose e prepotente só tem um foco: os seus próprios interesses.
Basta lembrar o senhor Guedes, parceiro deles, quando reclamou que no Brasil de antes até empregada doméstica viajava de avião para a Disney. Isso choca a turma.
Portanto, os senhores do mercado nada mais são que os ricos do País que ganham dinheiro a fole com a especulação da ciranda financeira.
Eles lucram demasiadamente até com o dinheiro que você considera estar parado na sua conta corrente. Isso por que os bancos aplicam esse dinheiro no mercado especulativo e juntos eles fazem a divisão dos lucros.
E assim não interessa para eles se há gente com fome no País.
Isso o mercado não vê, não olha e nem enxerga. Os senhores do ramo, que mandam e desmandam em governos, só têm olhos para os ambientes deles. O resto é detalhe.
E o ministro da economia do governo Bolsonaro é um representante legítimo dessa bolha de bilionários, com direito a offshore em paraíso fiscal.
Não foi por outra razão que os historiadores foram buscar agora as reações dos senhores do mercado em 1888, quando o Brasil se tornou o último País do mundo a por fim, oficialmente, à escravidão.
Na época, os jornais noticiavam: “Mercado apreensivo com a abolição da escravatura. O capital se retrai”.
É histórico. O olhar dessa gente está voltado sempre, e cotidianamente, para o próprio umbigo.