24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Metalúrgicos apelam para veto de negócio entre Embraer e Boeing

Unidade da Embraer no município paulista emprega 13 mil pessoas, segundo o sindicato; Outros 13 mil são sindicalizados

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, onde fica a maior fábrica da Embraer, vai pedir ao presidente Michel Temer e ao Congresso Nacional que vetem a operação de venda de 80% da área de jatos comerciais da empresa brasileira para a Boeing. Segundo o presidente do sindicato, Weller Gonçalves, a operação colocará em risco cerca de 25 mil empregos.

A nova empresa deve tornar a Boeing a líder de mercado para jatos menores de passageiros, criando competição acirrada para o programa de aeronaves CSeries projetado pela canadense Bombardier e apoiado pela rival europeia Airbus.

A transação avalia a totalidade das operações de aviação comercial da Embraer em US$ 4,75 bilhões, com a Boeing desembolsando US$ 3,8 bilhões pelos 80% de participação no negócio, disseram as companhias.

A unidade da Embraer no município paulista emprega 13 mil pessoas, segundo o sindicato. Os outros 12 mil trabalhadores atuam em áreas terceirizadas, como limpeza e alimentação, e em 40 empresas metalúrgicas que prestam serviços para a fabricante de aviões. “Isso tudo está em risco”, disse. “Desde 2015, a Embraer está desnacionalizando a produção. Uma parte foi transferida para Portugal e para Estados Unidos. Agora, os novos projetos da empresa não vão vir para cá, vão para os EUA”, afirmou.

Joint Venture

A Embraer assinou com a Boeing o entendimento para a formação de joint venture contemplando os negócios e serviços de aviação comercial da fabricante brasileira, informaram as companhias na manhã desta quinta-feira (5).

A Boeing deterá 80% da companhia resultante da transação, enquanto a Embraer ficará com os 20% restantes, de acordo com o comunicado.