1 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
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Mexeu com jornalistas, mexeu com a democracia

Jornalistas livres são perigosos para quem tem o poder.

São eles que revelam falcatruas, injustiças, desmandos e abrem os olhos da sociedade para as mazelas perpetuadas pelos carcarás sanguinários.

Não é à toa que regimes autoritários e corruptos perseguem a categoria.

A notícia do fim de semana é que Paulo Henrique Amorim foi afastado do Domingo Espetacular, da Record.

Antes, porém, o tal “Véio da Havan” pediu a cabeça da jornalista Rachel Shererazade a Silvio Santos, dono do SBT. Nota: o bilionário é um dos principais anunciantes da emissora.

Marco Antonio Villa foi demitido da Rádio Jovem Pan.

Em comum, os três profissionais têm a postura crítica em relação ao atual governo. Coincidência?

Considero o caso de Shererazade mais crítico, já que ela está no limbo, entre a mágoa esquerdista e o ódio da nova direita, que é burra, cega e raivosa.

Ela contribuiu com a ascensão do mal, ao ser a musa dos reacinhas. Quem se lembra de quando ela defendeu o espancamento do garoto amarrado ao poste, legitimando o discurso do “bandido bom é banido morto”?

Em Alagoas, temos centenas de Amorins, Vilas e Shererazades, que estão na luta contra uma violência desproporcional: a tentativa dos patrões de reduzir o piso salarial da categoria em 40%.

A mobilização tem alcançado uma envergadura formidável e a categoria demonstra que a união faz a força.

Se temos um pouco de liberdade, hoje, isso se deve à luta travada num passado recente.

Em tempos difíceis, quando a base de pirâmide acha bonito pagar de “opressor”, cabe à imprensa mostrar que a democracia, quando a liberdade é exercida com cidadania, é muito melhor.

Mas isso só é possível com uma imprensa livre e liberdade de expressão. Com responsabilidade, é claro.

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