A trajetória de Michelle Bolsonaro como presidente do PL Mulher não teve um bom início. Na verdade, nem começou. O anúncio, que seria feito no dia 8, Dia Internacional da Mulher, foi cancelado após explodir a revelação do contrabando milionário de joias.
Situação que piorou para o PL de Valdemar Costa Neto, com a decisão da ex-primeira dama simplesmente resolver viajar para os Estados Unidos. Entre hoje (14) e amanhã (15), ela deve abandonar seus correligionários e ir de encontro ao ainda marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A viagem deixou a cúpula do partido surpresa, pois estava sendo preparado um grande evento, com diversos quadros da legenda para a terça-feira da próxima semana (21).
Tida como grande estrela do partido, Valdemar colocou todos os holofotes nela, provocou ciúmes nos filhos de Jair e até mesmo já a anunciava como presidenciável. Ela até defendia que Bolsonaro continuasse nos EUA. Agora, tudo rui e Michelle segue sem ainda ser anunciada como presidente do PL Mulher.
Além do evento, a mulher, que agiu como beata durante as eleições presidenciais de outubro do ano passado, faria uma série de viagens pelo país a partir de maio. Começando exatamente pelos lugares em que Bolsonaro foi mais bem votado – Sul e no Centro-Oeste do Brasil. Ela inclusive receberia para isso (R$ 33 mil) e já dizia não ser muito
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Discursando em igreja nos EUA, Bolsonaro reclama do salário e diz sentir falta de Michelle
Pesa na decisão datas importantes para o casal: Bolsonaro, que diz sentir falta da esposa, faz aniversário no dia 21. Ela, no dia 22. Mas a decisão de seu retorno aos EUA é mais do que para passar aniversários ao lado do marido. Ela está no olho do furacão de denúncias.
Quando deixou o marido nos EUA em 26 de janeiro (ele se mandou dois dias antes do fim de seu mandato/imunidade parlamentar), ela esperava ser estrela do PL. Mas com o protagonismo político, vieram as denúncias, como a rachadinha (roubo de salário) de sua assessora e, até mesmo, o fato de seu implante de silicones ter sido pago com o cartão presidencial.
Mas nada foi pior do que ela ser o destino final das joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões, um presente dado pelo governo da Arábia Saudita ao Brasil que os Bolsonaro resolveram se apropriar – falharam porque as peças foram barradas pela Receita Federal no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), em outubro de 2021.
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Há também um estojo, que a defesa do ex-presidente prontamente já avisou que vai devolver. Essa devolução, no entanto, coincide com a ida (fuga?) de Michelle aos EUA. Que ainda não foi anunciada como presidente do PL Mulher.