27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog

Milícia que manda e mata sob o manto da farda e do escudo é cada vez mais poderosa

Milicianos foram e ainda são condecorados como “homens de bem” nas casas legislativas

As milícias: o poder paralelo sem freio no País

O poder paralelo e marginal das milícias é assustador e requer ação eficaz das autoridades e instituições comprometidas com o bem estar social, em qualquer que seja a região do País.

As milícias se fortaleceram tanto, como poder acima da lei e da ordem, que hoje tem seus representantes, principalmente, no Rio de Janeiro, em quase todas as instituições. Notadamente, no Legislativo, mas sobretudo nas corporações da segurança pública.

E por quê?

As milícias são grupos paramilitares compostos por agentes de segurança, incluindo policiais, bombeiros e militares, que fundaram suas organizações criminosas, sob a proteção do escudo, da farda e de autoridades.

O quadro é tão preocupante que, de acordo com o IBGE, 57% da cidade do Rio de Janeiro vive sob o domínio de organizações criminosas, sendo as milícias os principais representantes desse grupo. As facções milicianas possuem poder de vida ou morte sobre 2 milhões de cariocas.

O Escritório do Crime, uma das organizações de milicianos do Rio, era uma entidade comandada pelo ex-Capitão do Bope, Adriano Nóbrega, que foi morto em 2020, pela Polícia Militar, no interior da Bahia, após ter sido citado como um dos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco.

Antes, Nóbrega havia sido condecorado na Assembleia Legislativa com a medalha de honra ao mérito pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PL). Mas, não apenas ele. Vários outros também receberam honrarias e não apenas no Rio.

Só para refrescar a memória: O próprio Jair Bolsonaro e o filho, hoje senador, foram denunciados pelas ligações estreitas com os milicianos de Rio das Pedras. E lá, pai e filho, visitaram Nóbrega, o miliciano chefe, por  duas vezes. Isso está posto em inquérito do MP/RJ no processo da investigação da morte da vereadora Marielle.

As milicias, o PCC e o CV, enfim, são organizações criminosas que disputam entre si, territórios, dinheiro e poder.

O pior é que contam, cada vez mais, com aliados fortes na cadeia de comando das instituições.