29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Ministério Público processa líder da “milícia armada” bolsonarista e quer armas do grupo

300 do Brasil acampa na Esplanada dos Ministérios e recomenda levar itens que se levaria para uma guerra na selva. E clamam: “Te esperamos para a guerra!”

O Ministério Público do Distrito Federal entrou com uma ação na Justiça para que o grupo “300 do Brasil” seja alvo de busca e apreensão para que sejam recolhidas todas as armas de fogo irregulares que estejam em posse do grupo.

Isso aconteceu depois que Sara Winter, líder do grupo, confessou que entre os integrantes do acampamento existem Caçadores Atiradores e Colecionadores (CACs) que estão em posse de armas de fogo

O MP também pede que o governo do DF seja obrigado a utilizar “o poder de polícia para resguardar a segurança pública, e evitar a mobilização de milícias armadas no Distrito Federal”.

Há ainda a denúncia de que o grupo 300 do Brasil está fazendo treinamentos paramilitares, onde ensinam técnicas de desobediência civil e serviços de inteligência antirrevolucionária.

Segundo o MP, o grupo pediu para que seus participantes, levassem ao acampamento montado na Esplanada dos Ministérios, “itens que você levaria para uma guerra na selva! Te esperamos para a guerra!”, demonstrando assim que o grupo tem agido nos moldes semelhantes à milícias.

“A presença de milícias armadas, conforme noticiado nos veículos de comunicação, na região central da Capital Federal, representa inequívoco dano à ordem e segurança públicas. Milícias não se subordinam à normatividade jurídica do Estado; seguem paralelas a ela ou em contraposição ao poder estatal. Não é necessário haver uniforme, distintivo, continência ou sinais de respeito à hierarquia, símbolos ou protocolos de conduta visíveis ou explícitos. Importa, e muito, o emprego paramilitar dos associados para finalidade política nociva ou estranha à tutela do Estado Democrático de Direito”. Denúncia do MP.

 

Sara Winter

Sara Winter foi candidata a deputada federal pelo DEM do Rio de Janeiro nas últimas eleições. Com 17.246 votos, não conseguiu ser eleita.

Desde então, ela aposta na radicalização em seus canais pelas redes sociais, onde diz andar escoltada por seguranças armados, defende que membros do STF “sejam removidos pela lei ou pelas mãos do povo” e apoia o “extermínio da esquerda”.

Ela já atuou como coordenadora-geral de Atenção Integral à Gestante e à Maternidade do Ministério da Família, Mulheres, e Direitos Humanos, por indicação da ministra Damares Alves, com quem compartilha bandeiras contra o feminismo e o aborto.

Ela já foi militante do grupo Femen e chegou a “castrar” um boneco que representava o então deputado federal Jair Bolsonaro. Agora, seu foco está concentrado na convocação de militantes para que “o povo seja a classe soberana do país”.