O vice de Jair Bolsonaro, general Hamilton Mourão, vai se colocando como um ponto fora da curva, em meio as expectativas do futuro governo.
O relatório do Coaf, que identificou depósitos de mais de R$ 1,2 milhão, na conta do ex-motorista de Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo PSL, expôs as primeiras mazelas da família de Bolsonaro e deixou Mourão à vontade para cobrar explicações realistas e não “plausíveis”.
“Ele precisa dizer de onde saiu o dinheiro”, disse Mourão se referindo a Fabrício Queiroz, o ex-motorista, que também depositou R$ 24 mil na conta de Michelle Bolsonaro, a mulher do presidente eleito.
“ O Coaf rastreia tudo. Algo tem, aí precisa explicar a transação, tem que dizer”, reiterou o vice-presidente eleito.
Outra situação que Mourão não engole é a do deputado federal Onyx Lorezoni, futuro ministro da Casa Civil, que abandonou uma entrevista para não ter que responder as perguntas sobre o episódio da família Bolsonaro e do ex-motorista.
“Ele tá estressado. Quando responde daquele jeito, parece que tem culpa no cartório. Quando me perguntam, eu respondo claramente, com tranquilidade. Temos que falar”. Disse.
O fato é que Mourão se porta como se estivesse acima de todos. Dar puxões de orelha e deixa a entender que seu papel será muito maior do que se imagina.
E mais que isso: Deixa transparecer também que a família Bolsonaro é só de fazer zoada, mas, no fundo, completamente despreparada.
E assim Mourão vai assumindo o protagonismo do governo que nem começou e já se mostra atrapalhado.