29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Mourão quer agência militar no lugar do Inpe para imagens de satélite da Amazônia

O vice já acusou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais de divulgar dados (públicos) de queimadas e desmatamento com o objetivo de prejudicar o governo

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, defendeu nesta sexta (18) a criação de uma agência que concentre os sistemas de monitoramento por satélite da Amazônia, dando como exemplo o americano Escritório Nacional de Reconhecimento (NRO).

Responsável pelo Conselho da Amazônia, órgão reativado pelo governo Jair Bolsonaro ano passado para dar uma resposta pública à crise das queimadas na região, Mourão tem travado uma disputa com os órgãos de fiscalização e monitoramento do próprio governo.

Na semana passada, acusou o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de divulgar dados de queimadas e desmatamento com o objetivo de prejudicar o governo, apesar de eles serem públicos.

“Temos de melhorar o monitoramento e o alerta. O Prodes e o Deter do Inpe são bons sistemas, mas eles ainda têm falhas. Precisamos de uma agência, a exemplo do NRO dos Estados Unidos, que integre todos esses sistemas e com isso tendo um custo menor e sendo mais eficiente”. General Mourão, vice-presidente.

Segundo Mourão, um embrião para tal agência pode ser o chamado grupo de integração e proteção da Amazônia, que reúne pessoal das Forças Armadas, Ibama, Inpe, Polícia Federal e outros órgãos. “Precisamos avançar nessa agência”, disse.

O vice repetiu os argumentos usuais de que o trabalho do governo Bolsonaro na questão ambiental é “injustiçado” por pessoas e países “que não conhecem a Amazônia” ou têm “interesses velados” e “cobiça” pela região e suas “imensas riquezas”.