1 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
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No pós Intercept, Moro se diz contra provas ilícitas

Antes, o ministro apresentou o projeto anticrime defendendo as provas ilícitas

Ao encaminhar o projeto “Anticrime” para o Congresso Nacional, o ministro Sérgio Moro, defendia no texto a obtenção e validação de provas adquiridas ilicitamente em processos criminais.

A proposta, no meio jurídico, surgiu como uma ferramenta retrógrada na concepção do estado democrático de direito.

Moro chegou a comprar briga com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para acelerar a aprovação do seu projeto anticrime.

De repente, o The Intercept, site do premiado jornalista Glenn Edward Greenwald, passa a divulgar mensagens dos bastidores da Operação Lava Jato, cujas conversas entre o Juiz Moro e o procurador Deltan Dallagnol, trouxeram à luz a forma como o processo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi conduzido.

Para uns, um processo viciado e conluiado premeditadamente para condenar o réu e, para outros, uma ação heróica da força tarefa da Lava jato.

O fato é que o Sérgio Moro que propôs o projeto anticrime validando provas ilegais, anteriormente, agora, pós-Intercept, é radicalmente contra a aquisição de provas ilícitas.

Pelo menos foi o que disse no depoimento ao Senado, quando questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) de que o pacote das “10 medidas anticorrupção previa a obtenção de provas de forma ilegal”. “O senhor mantém essa opinião?”.

E o ministro respondeu: – Sou contra a introdução de provas ilícitas no processo de qualquer forma.

Como bem disse o Cartola, “o mundo é um moinho…”