A cada eleição em Alagoas um nome surge nas ruas. O de Collor. Seja na mídia ou nos possantes automóveis que desfilam em Maceió lá está o nome do senador e ex-presidente da República, vítima de impeachment por crime de responsabilidade no final de 1992.
E para colocar o nome nas ruas não importa que eleição seja. Qualquer uma serve. E há sempre alguém para dizer que Collor vem aí.
Uma vez isso deu certo. Foi em 2006, quando o então senador venceu as eleições contra o candidato Ronaldo Lessa que havia deixado o governo para ser candidato ao Senado e não contava que teria Collor como adversário. Lessa se descuidou, Collor entrou na campanha faltando 28 dias para eleições e o resultado foi o seguinte: Collor (PRTB) 550,7 mil votos. Lessa (PDT) 501,2 mil votos.
Daí por diante, quando se fala em eleições “elle” aparece.
Na verdade, Collor faz isso por pura estratégia de maximização de sua condição de liderança política no Estado.
O faz exatamente para dizer aos governantes de plantão, seja na Prefeitura de Maceió, nos municípios ou no Palácio Zumbi dos Palmares, que está vivo, é senador da República, tem um partido para chamar de seu, um considerável espólio eleitoral e um império de comunicação do Estado de Alagoas, que faz qualquer político rir e também chorar. Fica a critério do “aliado” ou adversário.
O nome nas ruas é a mensagem para o bom entendedor. A partir daí surgem as especulações dos desavisados.
O certo é que Collor só tem um foco. Brasília. Tudo o que faz aqui é para se manter lá. Só vai disputar a eleição para o Senado em 2022. Para isso precisa dizer a gregos e troianos que “não de me deixem só”.
Mas, além disso, dizer aos governantes que todas as tratativas políticas importantes no Estado precisam ter a sua anuência.
Caso contrário, aguardem carta… E com tinta roxa!