A Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da Polícia Federal (Dicor) passará por mudança mais uma vez e terá um novo delegado responsável. No governo Jair Bolsonaro, este é quarto nome.
A Dicor é uma das áreas mais sensíveis da polícia. A ela está vinculada a equipe encarregada de tocar os inquéritos que miram políticos que estão no cargo, incluindo o presidente da República.
Não está definido ainda se haverá mudança na composição desse grupo, chamado de Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores.
Em 2021, foram registradas 164 prisões nessa área, uma redução de 60% em relação às 411 efetuadas ao longo de 2020.Os índices mostraram que as prisões vêm caindo desde o primeiro ano do governo Bolsonaro, mas despencaram na gestão de Maiurino.
Uma das investigações apura se Bolsonaro interferiu no comando da PF para proteger parentes e aliados, suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça e presidenciável Sergio Moro.
Essa é uma das mudanças já definidas pelo novo diretor-geral da Polícia Federal, Marcio Nunes. Outras diretorias também vão ser trocadas.
Aids
Também será apurada, pela PF, a conduta do presidente sob a suspeita de crime de pandemia, infração de medida sanitária preventiva e incitação à prática de crime.
A portaria que instaura a investigação foi encaminhada nesta quarta-feira (2) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e está relacionado à live realizada por Bolsonaro no dia 21 de outubro do ano passado, quando ele leu uma suposta notícia que alertava que “vacinados [contra a Covid] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids]”.
A associação entre o imunizante contra o coronavírus e a transmissão do HIV, o vírus da Aids, é falsa e inexistente.
A apuração da Polícia Federal será conduzida pela delegada Lorena Lima Nascimento, que atua na Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores.