3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Novo ministro: Substituto de Santos Cruz é o militar mais próximo de Bolsonaro

General Luiz Eduardo Ramos e o presidente dividiram quarto quando eram cadetes e se falam quase diariamente

General Luiz Eduardo Ramos vai assumir a Secretaria de Governo da Presidência da República

Olavistas tentaram tanto que conseguiram a demissão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Melhor ainda para eles foi a escolha de seu substituto é um nome para agradar as partes em conflito dentro do próprio governo. A outra parte, diga-se, são os militares.

O novo ministro é general de Exército Luiz Eduardo Ramos, que já vinha inclusive sendo chamado de o “nono ministro militar” do governo há tempos, dada sua proximidade com o presidente. Ele é o oitavo militar a frente de uma pasta, assumindo a Secretaria de Governo da Presidência da República.

Chefe do Comando Militar do Sudeste (São Paulo), Ramos é o chefe militar da ativa mais próximo de Bolsonaro, já que eles dividiram quarto quando eram cadetes e se falam quase diariamente, inclusive com apelidos. O presidente é o “cavalão” e Ramos, o “pitbull”.

Sua escolha tenta compensa o mal-estar causado no Alto Comando pelo sacrifício de Santos Cruz, considerado um soldado exemplar que só não integrou o colegiado dos quatro estrelas porque foi preterido por questões políticas.

General foié o terceiro ministro demitido no Governo Bolsonaro

Santos Cruz

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz caiu, nesta quinta-feira (13), da Secretaria de Governo da Presidência da República por decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O decreto com a exoneração do ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Alberto dos Santos Cruz está publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (14).

Desde que chegou ao Planalto, o ministro se envolveu em seguidas crises com os filhos do presidente e o escritor/astrólogo/terraplanista Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro. A comunicação de governo era um dos pontos de embate. Um integrante do Palácio do Planalto usou a expressão ‘freio de arrumação’ para explicar a demissão.

A comunicação do Palácio do Planalto tem sido palco desde o início do governo de uma disputa entre o núcleo militar e os chamados “olavistas”, seguidores do escritor. Santos Cruz chegou a desautorizar pedido feita pela Secom para que as empresas estatais enviassem para avaliação prévia propagandas de perfil mercadológico.

O gesto foi interpretado por assessores palacianos como a primeira crise entre o militar e o empresário Fábio Wajngarten, que assumiu recentemente a Secom na tentativa de melhorar a comunicação do governo.

Além de Santos Cruz, Gustavo Bebianno (Secretaria Geral), por causa da crise dos laranjas, e Ricardo Vélez Rodríguez (Educação), pelas falhas de gestão na pasta foram os outros ministros que caíram.