O grito da massa azulina não poupa ninguém

Por Rogério Costa*

Quando um homem realizado e próspero como Rafael Tenório envereda pelo mundo do futebol, mexe com as suas paixões e as alheias também.

Diferente de comandar suas empresas, no futebol você pode até empregar métodos e técnicas de administração, acumular conquistas e títulos, mas a bola é gulosa e predadora.

O talento de Messi e Cristiano Ronaldo é algo indiscutível, mas na vida nem sempre se ganha. E eles, os melhores do mundo, perderam recentemente, algo raro, mas possível e vão assistir as finais da Champions pela TV. Não basta Olear a máquina azul e botar para rodar. É fato que o calo aperta, principalmente quando você bota a mão na massa. Os dedos e o bolso doem.

Porém é preciso matutar, discutir, ouvir mais do que falar. Pensou, discutiu, decidiu, ponto. É preciso saber calcular o ônus e o bônus, o fio da navalha tem o céu de um lado e o abismo do outro. A voz do povo não perdoa.

Não acredito que o vitorioso presidente não tenha feito os cálculos certos. Ele é bom de matemática, seguramente. E tomou a decisão com apoio integral dos seus companheiros de diretoria ou não? Essa decisão de vender o “mando de campo” do jogo contra o Flamengo foi unânime nos diretores ou existiram votos contrários?

Isso só eles sabem, ou alguém que participou da decisão pode explicar. O fato de pedir licença por 90 dias não me parece racional e sim impulsivo e emocional. O que o presidente azulino queria de um estádio cheio? Já vi times perderem e saírem aplaudidos. Mas eu posso imaginar para quem é vencedor o peso de uma vaia e a massagem no ego de um aplauso coletivo. Temos que respeitar a decisão do mecenas azulino, ele deve ter suas razões.

Finalmente, diante da reação tão negativa da grande maioria dos azulinos, o jogo contra o Flamengo será mesmo onde? Está mantido em Brasília ou voltou para Maceió? Para os aplausos e a alegria do povo.

*Rogério Costa é jornalista, cronista esportivo e narrador da 98 FM