
Foto: Bleine Oliveira
O que está acontecendo com os rodoviários em Maceió, é mais uma prova de que o movimento sindical precisa se reoxigenar, criar novas formas de atuação. É necessário surgir um modelo de ação reivindicatória que não tenha a população, e os demais trabalhadores, como ‘bueiro’ dos prejuízos.
Depois de intensa negociação, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Alagoas (Sinttro/AL) chega a um índice de reajuste razoável, especialmente se comparado ao que foi conquistado por outras categorias. Os jornalistas, inclusive!
Eles insistiam em 5%, as empresas ofereciam 4%. O impasse permaneceu até que o desembargador Pedro Inácio, do TRT/AL, intermediando a negociação, sugeriu 4,5%. Ou seja, nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
Argumento patronal pra lá, argumento trabalhista pra cá, tudo se afina e a reunião termina com o Sinttro aceitando levar a proposta para discussão em sua base.
Tudo certo?
Não, claro que não.
Os rodoviários permanecem em assembleia, atrasando a vida de milhares de pessoas. E ao fim, decidem manter a greve, por tempo indeterminado.
O acordo, com os 4,5%, poderia ser fechado?
Sim, claro que poderia. Mas há um porém!
A categoria está em campanha para eleger a nova diretoria do sindicato!
E há uma oposição atuante.
Aí, já viu, né?
Tem que manter a mobilização, mesmo que isso represente prejuízos aos trabalhadores, à economia!
Falta responsabilidade aos dirigentes do Sinttro. Ao manter essa situação por mero interesse eleitoreiro, o sindicato dá prova de absoluto desrespeito ao povo, classe à qual motoristas e cobradores integram.