20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Operação desarticula organização que desviou mais de R$ 12 milhões

Durante a operação, familiares dos alvos perguntaram se tinham matado alguém para uma ação com tantos policiais

Mandados de busca, apreensão e de prisão contra fraudes em prefeituras e crimes tributários em Alagoas foram cumpridos em operação realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz).

Nas primeiras horas desta terça (11), as ações combatem fraudes que teriam acontecido em Maceió, Arapiraca, Satuba, Rio Largo e Atalaia. O esquema criminoso causou um prejuízo de cerca de R$ 12 milhões aos cofres públicos.

Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio do Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), desencadearam a “Operação Perfídia”. As equipes das polícias Civil e Militar cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 22 de apreensão nos municípios de Arapiraca, Coqueiro Seco, Maceió e Satuba expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.

De acordo com o promotor de Justiça, Cyro Blater, coordenador do Gaesf, na Orcrim, ao todo, estão envolvidas 11 pessoas físicas, entre elas testas de ferro e “laranjas”, além de 17 empresas que atuavam de forma fraudulenta ludibriando o fisco.

Detalhes

Os mandados de prisão foram expedidos em desfavor de Victor Pontes de Mendonça Melo empresário – que já é considerado foragido), Sérgio de Farias Oliveira conhecido como Serjão (Técnico em Contabilidade), Silvânio Santos Pereira (Advogado), além destes estão envolvidos: José Elias Calheiros de Melo, Marcelo Calado dos Santos, Alex Calheiros Silva, Márcio Wilson Fázio de Arecippo Almeida, Ekilane Rodrigues Santos, André Marcos Fontes de Souza, Evaldo Bezerra Barbosa, José André de Souza, Josimar Campos de Araújo, conhecido como “Jorginho” e Maria Suzanice Higino Bahe.

Vitor Pontes é o líder da organização criminosa e já foi preso outras duas vezes pelo mesmo esquema de corrupção. Os presos foram levados para o sistema penitenciário. Apesar de tantos nomes envolvidos na quadrilha, optaram pela prisão de apenas três “porque estes são considerados de papel relevante na organização criminosa comandando desde o plano das operações fraudulentas à execução”.

Na Operação Perfídia, cuja investigação perdurou dois meses, foram apreendidos 10 veículos de passeio, sendo quatro de Vitor Pontes, mais um caminhão e um Fiorino (também de sua propriedade), além de três motocicletas, computadores, cheques, aparelhos celulares e diversos documentos como contratos e licitações. Todos os veículos foram levados para o pátio do Detran.

“Durante a operação, familiares dos alvos perguntaram se tinham matado alguém para uma ação com tantos policiais. Como se matar fosse somente colocar uma arma na cabeça e puxar o gatilho. O Ministério Público entende que impedir as pessoas de viverem dignamente, a uma criança de realizar seu sonho, de ter um futuro melhor, é o maior crime que se pode cometer. Então eles têm de pagar por isso. Não é justo que continuem impunes e repetindo suas truculências”, ressalta Valadares.