28 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Passeatas se somam a leitura de cartas pela democracia que Bolsonaro chamou de “cartinha”

Às 11h30, será lida a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, idealizada por ex-alunos do largo de São Francisco

As leituras de cartas em defesa da democracia nesta quinta-feira (11) na Faculdade de Direito da USP, no centro de São Paulo, ganharam apoio de diferentes organizações da sociedade civil, que aproveitaram a ampla adesão aos manifestos para organizarem atos próprios em favor da lisura do processo eleitoral brasileiro.

Manifestações estão marcadas em todos os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal. Somente na cidade de São Paulo, ao menos três passeatas estão previstas ao longo do dia.

O manifesto articulado pela Fiesp em conjunto com centrais sindicais e outros setores da sociedade civil, publicado na semana passada, será o primeiro a ser lido nesta quinta, após breve discursos. A leitura será feita no salão Nobre da faculdade.

Depois, às 11h30, será lida a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, idealizada por ex-alunos do largo de São Francisco.

Bolsonaro

Alvo indireto das cartas pela democracia que serão lidas hoje, na faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma série de críticas aos documentos desde que eles passaram a coletar assinaturas, no mês passado.

Nas últimas semanas, foram pelo menos oito declarações contra os manifestos, que tiveram adesão de mais de cem entidades e 890 mil pessoas até as 22h de ontem. Bolsonaro não só minimizou o documento, chamando-o de “cartinha”, como atacou quem o assinou, qualificando-os de sem caráter e “mamíferos”, por exemplo.

Enquanto quatro ex-presidentes assinaram algumas das manifestações, Bolsonaro preferiu atacar os signatários em uma entrevista, um culto, reuniões com banqueiros e políticos, encontros com apoiadores e em sua live semanal. Por meio do Twitter, ele também ironizou o movimento e se declarou a favor da democracia.

Em sua conta no Twitter e utilzando apenas 27 palavras o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou, no final da noite desta quinta-feira (28), a sua própria carta em defesa da democracia.

“Carta de manifesto em favor da democracia. Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil”.

No dia seguinte à abertura para adesões, o presidente afirmou que não precisa de “cartinha” para dizer que defende a democracia. “Carta pela Democracia? Qual ameaça estou oferecendo para a Democracia?”, questionou.

A um grupo de apoiadores, afirmou que o manifesto estaria vinculado a interesses de grandes bancos e instituições financeiras, que estariam incomodados com a criação do Pix.

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Mas depois disse entender que não oferece ameaça à democracia e ironizou o lançamento da carta pública em defesa dos valores democráticos. Ou seja: sentiu.