20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Pastores se negam a depor no Senado e senador diz que ‘é confissão de culpa’

Pastores cobraram propina em ouro em troca da liberação de verbas do FNDE para as Prefeituras

Pastores correram do depoimento no Senado sobre a propina de ouro

O presidente da Comissão de Educação do Senado Federal, Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou, nesta quinta-feira (7/4) que a ausência dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos para prestar esclarecimentos ao colegiado é “uma confissão de culpa”.

Os religiosos são acusados de atuarem como lobistas junto a prefeitos para destravar demandas municipais no Ministério da Educação (MEC). Chegaram até a pedir propina em outro em troca de liberação de recursos do FNDE para prefeituras

A presidência da comissão foi comunicada da ausência de ambos na noite de quarta-feira (6/4), pelas respectivas defesas dos pastores. Na avaliação do emedebista, a recusa em esclarecer as denúncias alimenta ainda mais uma eventual Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

“Se a pessoa não vem prestar os esclarecimentos, se recusa a prestar os esclarecimentos, de certa forma, eu acho que não fica bem pra ele. É quase que uma confissão de culpa. Não vem por quê? Se a pessoa não tem culpa, eu acho que a pessoa deveria fazer questão de vir”, afirmou o senador.

Mesmo sem a presença dos pastores, o colegiado ouviu o depoimento do presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte.

Entenda

O objetivo das oitivas realizadas pela Comissão de Educação é investigar a veracidade de um esquema de beneficiamento de prefeitos no repasse de verbas do FNDE pelo MEC. O caso veio à tona após a divulgação de áudio atribuído ao ex-ministro Milton Ribeiro, em que ele afirma dar “prioridade” na destinação do dinheiro público aos municípios comandados por “amigos do pastor Gilmar Santos”.

A denúncia resultou na saída de Ribeiro do comando da pasta, hoje chefiada pelo interino Victor Godoy Veiga.