Entidades representantes da engenharia de todo País se mostraram incomodadas após descobrirem que a Petrobras abriu um processo licitatório, para retomar a construção da Unidade de Processamento de Gás Natural do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, convidando 30 empresas estrangeiras e nenhuma brasileira. A decisão incomodou tanto, que uma grande mobilização intitulada “Em defesa da Petrobras e da Engenharia Brasileira” começa a se formar no País. E o ponto de partida é Alagoas. O deputado federal e líder da Frente Parlamentar Mista de Engenharia Nacional, Ronaldo Lessa (PDT) está realizando com o apoio de entidades ligadas ao desenvolvimento do Brasil, como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), o Sindicato da Industria e Construção Civil de Maceió, a as Federações Nacional dos Engenheiros e das Indústrias do Estado de Alagoas, uma coletiva de imprensa, marcada para a próxima segunda-feira, dia 16, às 9h30, no auditório do Conselho alagoano.
Lessa alerta pela exclusão das empresas do País no certame. Para ele, esse tipo de medida prejudica o desenvolvimento do Brasil e afronta até a qualificação dos profissionais brasileiros. “Vamos reagir a essa medida inconsistente da estatal. Fui provocado pelo Sindicado de Engenharia do Rio de Janeiro e as cobranças estão chegando. Não podemos retirar os nossos profissionais de uma obra desse porte. Sei que temos competência para executar o serviço. Por isso estamos mobilizando a engenharia brasileira, em especial as entidades regionais ligadas a área técnica, para discutir uma solução deste problema”, disse o parlamentar.
Compartilhando a mesma preocupação de Lessa e do conceito do projeto Engenharia Unida, acampado pela FNE, o presidente do Crea Alagoas, Fernando Dacal, chamou a atenção para empresas que estão entrando no Brasil sem a devida habilitação do Sistema Confea/Crea. “Precisamos reforçar a fiscalização e, caso encontremos irregularidades, coibir a entrada de empresas sem a devida habilitação do Sistema Confea/Crea, responsável pela fiscalização do exercício profissional. Nós que fazemos parte da Engenharia Unida, temos como missão agregar as instituições do País com o objetivo de alavancar o desenvolvimento. Esse tipo de ação feita pela Petrobras desqualifica nossos profissionais”, disse Dacal.
Efeito Lava-Jato
De acordo com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, a companhia não faz distinção entre empresas estrangeiras e nacionais. Entretanto, em função dos desdobramentos da Operação Lava Jato, as grandes construtoras brasileiras estão impedidas de participar de concorrências da companhia. O prazo para a construção da obra são de dos anos e meio e o valor investido será de R$ 2 bilhões de reais.
Foi justamente por causa da operação policial que as obras foram interrompidas, em 2015. Elas estavam a cargo da Queiroz Galvão, uma das empresas alvo das investigações, que decidiu quebrar o contrato alegando que o valor firmado com a estatal não seria suficiente para cobrir os custos.
Ainda segundo Lessa, é preciso pensar em um formato de processo licitatório que dê a oportunidades para outras empresas brasileiras participarem.
Das 30 companhias convidadas pela Petrobras para participar do processo licitatório, nove não têm nem escritório no Brasil. A lista inclui fornecedores de diferentes nacionalidades, como a Chalieco e a australiana Energy Energy. Veja a lista das empresas convidadas para a construção da UPGN:
– Acciona;
– Amec Foster Wheeler;
– Areva;
– Bechtel;
– Chicago Bridge (CB&I);
– China Aluminium Inter Eng (Chalieco);
– Energex Energy;
– Exterran;
– Fluor;
– Hatch;
– Intecsa Eng;
– Jacobs;
– JGC;
– KBR;
– Larsen & Toubro;
– Linde;
– Tecnimont;
– Naftogaz India;
– Optimize;
– Petrofac;
– Posco;
– Propak Systems;
– Rheinmetall Inter Eng;
– Sener;
– Keri;
– SNC-Lavalin;
– Thermo Design;
– Thyssenkrupp;
– Técnicas Reunidas;
– Tozzi.