29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

PF prende novamente blogueiro bolsonarista, agora por vídeo falso sobre Boulos

Oswaldo Eustáquio é alvo no Supremo do inquérito aberto a pedido da PGR para apurar possíveis violações à Lei de Segurança Nacional

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O ministro apontou que Eustáquio descumpriu medidas cautelares determinadas pelo STF à época de sua primeira prisão no inquérito sobre atos antidemocráticos, como a proibição de deixar Brasília sem autorização judicial e de usar redes sociais.

Moraes destacou que, mesmo impedido de frequentar as redes sociais, Eustáquio “desrespeitou a ordem judicial e foi autor de inúmeras fake news em que imputou crimes a candidato a prefeito da cidade de São Paulo”, escreveu o ministro.

A decisão se referiu a um vídeo contra o candidato Guilherme Boulos (PSOL), publicado antes do primeiro turno de votação. A peça foi retirada da internet por ordem da Justiça Eleitoral, que entendeu se tratar de fake news (notícia falsa).

Ao menos três publicações no perfil de Eustáquio no Twitter comentaram a nova prisão na manhã desta terça-feira (17).

“Oswaldo Eustáquio está sendo conduzido à Superintendência da Polícia Federal com mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. Aparentemente a motivação foram as denúncias da trama do golpe de Luciano Bivar (PSL) e o laranjal de Guilherme Boulos. ASCOM, OE”, diz um dos posts.

A PF também cumpriu busca e apreensão na sua residência, com o objetivo de apreender aparelhos eletrônicos usados por Eustáquio. O blogueiro ficará em prisão domiciliar. Eustáquio foi levado à Superintendência da PF em Brasília para que seja colocada nele tornozeleira eletrônica.

Inquérito

Eustáquio é alvo no Supremo do inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar possíveis violações à Lei de Segurança Nacional na organização de atos considerados antidemocráticos realizados em abril. Moraes é o relator do processo.

Ele já havia sido preso temporariamente em junho, mas depois teve a prisão substituída por medidas restritivas. Na ocasião, Moraes o proibiu de usar as redes sociais, bem como de entrar em contato com outros investigados no inquérito e de deixar o Distrito Federal, onde possui residência.