28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Pinheiro: Engenheiros alertam que sistema de drenagem está comprometido

Durante a vistoria no bairro foi constatado que a drenagem é um grande agravante para os buracos e rachaduras

Uma equipe de profissionais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL) realizou uma visita técnica nos locais afetados pelas rachaduras e crateras no bairro do Pinheiro. No local deu para perceber que o bairro tem sérios problemas em sua drenagem, que não vem recebendo manutenção. A prefeitura deve receber, em breve, um comunicado de urgência para recuperar as galerias pluviais.

A ação do Conselho cumpre o acordo de cooperação técnica assinado entre os Ministérios Públicos Federal (MPF), Estadual (MPE), do Trabalho (MPT), Braskem e a Prefeitura de Maceió.

A averiguação ocorreu nos pontos mais críticos do bairro, entre as ruas Alameda São Benedito e Professor Mário Marroquim, onde se encontra a igreja Menino Jesus de Praga. O engenheiro responsável pelos trabalhos desenvolvidos no local, Rogério Bonfim, acompanhou a comitiva e atualizou-a sobre os estudos de inspeções na drenagem, que ocorrem desde o último dia 11.

Local percorrido é o mais baixo do bairro, onde normalmente ocorrer acúmulo de água. Ações devem minimizar os problemas

De acordo com as pesquisas iniciais, já foi constatado que um dos maiores problemas do bairro é na drenagem. As galerias pluviais públicas da região – até agora vistoriadas –  estão comprometidas.

“Como a região mais afetada fica no ponto mais baixo do bairro, o volume de água das chuvas tende a escoar e se concentrar com intensidade ao redor dos conjuntos Divaldo Suruagy e Jardim das Acácias”, falou Rogério.

A falta de manutenção periódica tem gerado infiltramentos da água no solo. Algo que é potencializado com os poços e fossas construídas pelos moradores.

“Temos aqui no bairro do Pinheiro uma bacia endorreica, que é um processo de percolação de água concentrada em um único local. Além disso, temos o sistema de drenagem danificado, onde nesta região o acúmulo de água vai seguindo seu fluxo natural, preenchendo espaços vazios. Somado a isso tudo, as fossas, construídas pelos moradores, potencializam essas falhas gerando assim o que estamos presenciando quando chove. Isso possibilita que a água chegue nesses vazios e se instalem, em alguns casos, até por debaixo das residências, fragilizando o solo”, afirmou o geólogo Wenner Gláucio, conselheiro do Crea e integrante da comissão instituída pelo Confea para acompanhar o caso.

Nos laudos do convênio, que serão entregues a Prefeitura, deve ser orientado que o sistema de drenagem da região seja recuperado com urgência.

Ações paliativas

Desde a assinatura do convênio, algumas ações estão sendo realizadas nas regiões mais criticas para tentar diminuir os prejuízos causados pelas chuvas.

“Na próxima semana estará chegando dos EUA um sistema de monitoramento em GPS com alarme. Isso irá proporcionar a percepção, em tempo real, de qualquer movimentação que venha a ocorrer no solo”, destacou o engenheiro Rogério Bomfim.

Também está sendo substituída uma parte do sistema de drenagem – entre 600 e 800 metros. “Além disso, estamos implantando duas piscinas de acumulação de água para ajudar no escoamento das chuvas. Como o clima chuvoso nos preocupa, a ação servirá para minimizar o acúmulo de líquido nas regiões mais danificadas”, complementou o engenheiro.

O acordo de cooperação técnica

No documento assinado entre as instituições envolvidas, o Conselho ficou responsável em disponibilizar uma lista de profissional habilitados para a realização de serviços de engenharia na região, como também agilizar fiscalizar e monitorar os serviços que estão ocorrendo.

As câmeras robotizadas percorrerão tubulações e produzirão vídeos em alta definição, nos locais com melhor luminosidade. Já nos trechos mais escuros, serão utilizados equipamentos que produzem imagens em infravermelho, o que garante o registro de todos os detalhes. Vídeos e fotos serão enviados automaticamente para um computador e os relatórios diários auxiliarão a Seminfra na definição e realização dos serviços de reparo mais urgentes.

A Defesa Civil municipal apoiará as atividades, facilitando o acesso das equipes a ruas e avenidas, entre outros espaços, e também será responsável pelo recebimento, instalação, guarda e manutenção dos equipamentos.