Brasil – Ora vejam só. O PMDB vai anunciar publicamente ao País que o partido vai lançar candidato próprio a sucessão da presidente Dilma Rousseff. O anúncio será feito durante o congresso nacional da sigla marcado para agosto. A informação foi confirmada é do líder do partido na Câmara, deputado federal Leonardo Picciani (RJ). o curioso é que o Brasil mal terminou uma eleição presidencial, mas os partidos já estão preocupados com quem ficará o poder no futuro.
Segundo o deputado, prevalece na sigla o entendimento de que essa decisão é inadiável. “Esse é um ponto pacífico dentro do partido, de unidade interna. O PMDB precisa – até por razões de manter o partido unido, grande – ter um projeto próprio depois de 24 anos. Acho que agora está maduro este momento”, declarou.
A última vez que a legenda lançou nome próprio à sucessão presidencial foi em 1994, quando Orestes Quércia ficou apenas na quarta colocação, com 2,7 milhões de votos. E já estão disputando a indicação o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha e o vice-presidente do Brasil, Michel Temer.
A ideia é definir o lançamento da candidatura própria ainda em 2015, no evento partidário, para que o PMDB possa discutir um nome competitivo até a próxima disputa presidencial, explica o vice-presidente nacional da legenda, senador Valdir Raupp (RO).
“Tenho falado sempre que o PMDB – e talvez seja essa a intenção desse congresso ainda neste ano – tem de lançar um nome dois, três anos antes, para poder preparar [o candidato]. Para poder percorrer o Brasil, conversar ao menos com os diretórios estaduais, com partidos de coligações futuras. Se deixar para a última hora, como sempre aconteceu, vai acabar não tendo candidato. Quem tem três, quatro, não tem nenhum”, disse Raupp à reportagem.
Picciani e Raupp avaliam que, diferentemente de outras oportunidades, quando o partido se dividiu e recuou da intenção de lançar um nome próprio à Presidência, desta vez há uma compreensão maior em torno da necessidade de o partido mirar voo mais alto e solo. Decisão essa que vem atrelada, em parte, ao desgaste aparentemente irremediável com o PT e à força inédita exercida atualmente pelo partido no Congresso Nacional, com o comando da Câmara e do Senado.