29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Prepare os bolsos: Conta de luz seguirá alta

Conta paga pelos consumidores não está sendo suficiente para bancar custos mais alto, e déficit bilionário não será resolvido em 2021

O aumento da conta de luz pesou no bolso dos consumidores neste ano de 2021 e teve reflexos no preço de vários produtos. Situação que não chegará ao fim no próximo ano, pois segundo especialistas os consumidores sentirão os efeitos da seca de agora em 2022 e, provavelmente, nos anos seguintes também.

O país passa pela maior seca em 90 anos, o que tem prejudicado a geração de energia por usinas hidrelétricas. Essas usinas respondem por 63,2% da capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional, que atende a maior parte do país.

Com isso, os custos para a geração de energia aumentaram. O problema é que a conta paga pelos consumidores não está sendo suficiente para bancar esses custos mais altos, e esse déficit não será resolvido em 2021.

Segundo os cálculos mais recentes da TR Soluções, uma empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia, a conta das bandeiras tarifárias (uma taxa usada para compensar o aumento dos custos de geração) fechará o ano com saldo negativo de R$ 13,89 bilhões.

As bandeiras tarifárias foram criadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para repassar aumentos no custo de geração de forma mais rápida aos consumidores. Sem as bandeiras, o aumento acontecia só no reajuste anual da tarifa, o que acabava sobrecarregando as distribuidoras.

Em 2020, por causa da pandemia, a bandeira não foi aplicada mesmo com a geração de energia prejudicada pela seca. Em 2021, a taxa voltou a ser cobrada —mas, por algum tempo, o valor foi inferior ao que seria necessário. Hoje, o consumidor paga um extra de R$ 14,20 por 100 kWh consumidos.