21 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Presidente do STF adverte para discurso de ódio e deepfake nas eleições

Ele também destacou “o populismo autoritário” como outro risco às eleições e ao convívio social no Brasil

Ministro Luís Barroso chamou a atenção para a desinformação e o discurso de ódio nas eleições

Durante palestra nos Estados Unidos, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, chamou a atenção para as próximas eleições brasileiras, em outubro, e advertiu a comunidade internacional para a desinformação e discursos de ódio que vão se repetir no Brasil.

Barroso destacou que, como aconteceu em 2022 e 2018, o pleito municipal ainda terá uma ameaça adicional — o uso de tecnologias de deepfake, que conseguem falsificar voz e imagem para fabricar peças artificiais e espalhar conteúdos sem a autorização da pessoa envolvida.

O ministro participou do evento Brazil Conference at Harvard & MIT, organizado por pesquisadores brasileiros em Boston, nos Estados Unidos.

Em sua fala, o magistrado também fez questão de dizer que essa situação de perigo não está restrita ao Brasil. Para ele, é um fenômeno mundial.

“Um grande problema que o mundo enfrenta, e vai enfrentar de novo onde houver eleições este ano, é o uso das plataformas digitais para desinformação, discurso de ódio e teorias conspiratórias. Isso agora vai acontecer sob o espectro do deepfake, que é capaz de colocar a mim ou outros dizendo coisas que nunca dissemos sem que seja possível identificar que aquilo é uma fraude”, adverte.

O presidente do STF citou outros riscos às eleições e ao convívio social que se misturam à natureza do “populismo autoritário”.

Disse ele que “a característica central do populismo é a divisão da sociedade em duas: nós, o povo puro, decente e conservador; e eles, as elites cosmopolitas, progressistas e corrompidas. A primeira falha conceitual desse populismo é a ideia de que só eles representam o povo, quando o povo é plural sempre. Ninguém pode reivindicar para si o monopólio da representação de um povo”, disse.