20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Provas indicam que Bolsonaro tentou impedir votação de eleitores do NE

PF encontrou Boletim de Inteligência na casa de ex-ministro Anderson Torres com os locais onde PRF foi fazer as operações contra os eleitores

Provas contra Bolsonaro foram encontradas na casa do ex-ministro Anderson Torres

A ação da Polícia Rodoviária Federal, no dia da votação do segundo turno das eleições nacionais, foi uma operação orquestrada pelo governo Bolsonaro para impedir que eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem à sessão eleitoral para votar.

É exatamente isso que revela um “boletim de inteligência” que continha os locais em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi mais votado no primeiro turno. O boletim foi encontrado na residência do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres.

A informação foi divulgada neste domingo, 2, pelo jornalista político Lauro Jardim, para o jornal O Globo.

Segundo a coluna, o documento descoberto recentemente pela Polícia Federal (PF) foi produzido pela então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, que posteriormente foi trabalhar com Anderson Torres na Secretaria de Segurança do Distrito Federal — cargo ocupado pelo ex-ministro durante os atos antidemocráticos do 8 de janeiro e pelo qual ele é investigado por suposto envolvimento.

Dias antes do segundo turno, Anderson Torres também fez uma viagem fora da agenda oficial, até a Bahia. Em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o ex-ministro estava acompanhado do então diretor da PF, Márcio Nunes.

Já no dia do segundo turno, em 30 de outubro de 2022, as abordagens da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em ônibus, foram 70% maiores do que as realizadas no primeiro turno das eleições.

Somente em alagoas, 82 ônibus foram parados pelos policiais. Na época, as operações foram vistas como uma tentativa de obstruir os votos a Lula, favorecendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Cabe lembrar que um dia antes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, proibiu operações da PRF contra veículos de transporte de passageiros.