3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Rejeição de 37% é um problema sério na reta final para Rodrigo Cunha

Por Fernando Lima e Silva*

Rodrigo: alta rejeição é um drama na reta final da campanha

Atrás nas pesquisas por 12 pontos percentuais a apenas 10 dias da eleição, o senador Rodrigo Cunha (UB) se preocupa com outro fator determinante na campanha para governador: alta rejeição.

De acordo com pesquisa Ibrape, publicada nesta quinta-feira (20), Rodrigo é o mais rejeitado pelos alagoanos, com 37%. Um fato que possivelmente explique o estacionamento dele nas pesquisas durante todo o segundo turno, mesmo com uma operação policial dura tendo ocorrido contra seu adversário.

Analistas políticos acreditam que estar ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que também responde processo por  corrupção na Assembleia Legislativa e hoje comanda o polêmico Orçamento Secreto, talvez seja um dos principais fatores que pesem contra Rodrigo.

Ele se lançou como o novo, nas eleições passadas, fez campanha falando amplamente contra a corrupção, mas as alianças atuais o colocam como mais do mesmo.

O segundo fato mais citado é que Cunha fez um mandato sem relevância nos quatro primeiros anos, sem se posicionar sobre a crise da Covid e nem ter assinado a CPI do MEC, para apuração de desvios na Educação.

Rodrigo também não condenou o aliado Gilberto Gonçalves, prefeito de Rio Largo preso numa operação da Polícia Federal este ano, além de ter como coordenadora da campanha, Pauline Pereira, condenada por corrupção, quando gestora municipal.

E ainda tem outro caso problemático. Rodrigo Cunha ainda é citado por um apoio envergonhado ao candidato à reeleição para presidente, Jair Bolsonaro (PL).

De fato não declarou apoio, mas tem todos os seus aliados declarando voto no presidente, o que é interpretado como manobra para não estar ao lado de quem apoiou o mandante do assassinato de sua mãe. No comitê de Rodrigo, são plotados carros com a foto dele e de Bolsonaro. Por outro lado, os bolsonaristas esperavam uma declaração mais contundente de apoio, o que não veio.

Diante de tudo isso, a equipe de campanha tenta encontrar uma forma de superar a alta rejeição que resiste em ficar.

*Fernando Lima e Sila é bacharel em direito e professor