26 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Renan Filho afirma que, se necessário, vai comprar vacinas de outros estados

Governador participou da reunião do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, em que o ministro da Saúde bateu boca com Doria

Governadores do Brasil se reuniram nesta terça-feira (8) com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratar do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. Chefe do Executivo alagoano, Renan Filho participou das discussões por meio de videoconferência.

Ele afirmou que a vacina precisa ser eficaz e segura; desta forma, defendeu imunizar a população no mais curto espaço de tempo e que o Ministério da Saúde coordene nacionalmente a campanha.

“Eu deixei claro que é fundamental que o Ministério da Saúde coordene nacionalmente o Plano de Imunização. Fundamental também que o Ministério garanta, no mais curto espaço de tempo possível, vacinar todo o povo brasileiro”. Renan Filho, governador de Alagoas.

O governador informou que Alagoas receberá as vacinas que o governo federal enviar e garantiu que, se necessário, o Estado também estará pronto para adquiri-las e assim imunizar toda a população contra o novo coronavírus.

“Aqui em Alagoas nós vamos aguardar o envio das vacinas por parte do governo federal. Se isso não tiver a agilidade necessária, vamos diretamente, assim como outros estados, garantir a aquisição das vacinas”. Renan Filho.

Pazuello e Doria

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou em reunião virtual com governadores de estado que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve demorar 60 dias para aprovar o uso de qualquer vacina contra a Covid-19.

E o encontro foi tenso. Pazuello bateu boca com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre a falta de interesse do governo federal na Coronavac, o imunizante chinês que será formulado e também produzido pelo Instituto Butantan.

Doria e o Jair Bolsonaro duelam politicamente acerca do manejo da pandemia, minimizada pelo presidente, disputa que agora chegou à etapa “guerra da vacina”.

Pazuello não especificou se falava da análise para uso emergencial, que é restrito apenas a alguns grupos como profissionais de saúde, ou sobre o registro definitivo da vacina.

O ministro falava especificamente do imunizante da AstraZeneca/Universidade de Oxford, para o qual o governo federal aprovou um gasto de R$ 2 bilhões para a importação e produção local na Fiocruz.

Doria estima que os resultados da fase 3 estejam prontos até o dia 15. Em sua intervenção, o tucano questionou Pazuello se o governo federal favorecia as duas marcas ocidentais por uma questão política ou ideológica.

O general questionou a fala do tucano, que apontou o investimento federal em dois imunizantes que não têm aprovação da Anvisa ainda, assim como a Coronavac. “Não houve um centavo para o Butantan”, disse.

O ministro provocou Doria, que na véspera apresentara um plano de imunização com início de 25 de janeiro: “Tentar acelerar é justo, mas não podemos abrir mão de segurança e eficácia. Nós é que seremos responsabilizados por nossos atos”, afirmou.

Além disso, adendou: “Não é com o Butantan, é com todas as vacinas”. Houve réplica do tucano, e o general subiu o tom também. “Não sei por que o senhor diz tanto que ela é de São Paulo. Ela é do Butantan”.