Eloá Passos, 5 anos de idade, brincava dentro de casa quando foi atingida por uma bala no peito e caiu morta. O tiro foi disparado, segundo as investigações por um policial militar, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro.
Só que Eloá não foi a única a ser morta em meio a barbárie rotineira na periferia do Estado. Ela, na verdade, foi a sétima criança morta por disparo de arma de fogo no Rio de Janeiro neste ano, segundo levantamento feito pela plataforma Fogo Cruzado.
Ao todo, 16 crianças com até 14 anos foram baleadas no estado, 12 delas vítimas de bala perdida. “Esse marco é absurdo e deveria ser motivo para mobilização do conjunto da sociedade”, diz a Fogo Cruzado, em nota conjunta com o jornal A Voz das Comunidades.
-Arrancaram um pedaço da minha vida. – Disse Gilgres Santos, o pai da criança morta neste sábado, 12, acrescentando que nada será capaz de consolá-lo, após a morte da filha.
Tragédia sem controle
A ONG Fogo Cruzado e o Jornal das Comunidades, emitiram nota conjunta em protesto contra o silêncio das instituições e dos representantes dos poderes constituídos contra a barbárie carioca. “Impressiona que tantas crianças sejam vítimas da violência armada e ainda não haja um esforço nas esferas municipal, estadual e federal para interromper essa tragédia. O futuro da metrópole está sendo exterminado.
Na última quinta-feira, 10, o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), criticou a atuação da Polícia Militar do Rio de Janeiro durante evento em que esteve participando o governador carioca Cláudio Castro, filiado ao PL de Jair Bolsonaro.